Saturday, April 09, 2011

Muito bobo...

Sozinho

Surrealismo? Será que a dúvida é emblema do surreal?
Acho que Rafael não sabia o que era surreal.
Rafael se viu diante de um dilema, um dilema que era impassível de solução na sua jovem mente. Como podia o coração balançar por duas garotas? Como podia ele dizer uma coisa e sentir um aperto tão forte no peito que ele não seria capaz de imaginar?
Rafael havia já se acostumado, já estava certo do que queria quando a vida resolveu chegar e atrapalhar seus planos, como ele ficaria sabendo depois da famosa frase - afinal, todos sabem que encarcerar a vida em um corpo humano é apenas a nossa fuga do... da...
Como pode a certeza se misturar tanto com todo o resto? Às vezes, fico me perguntando o que é de verdade mesmo. Rafael concluiu que a verdade nada mais era do que a mentira que contamos a nós mesmos até que faça algum sentido, e, se não fizer, não nos importamos - a crença não precisa de certeza.
Como não basta a lágrima para fazer o choro, não seria jamais suficiente dúvida para formar o caos.
Bem, o caos... Quando perguntado sobre o caos, ele gaguejava até balbuciar palavras, balbuciava até pronunciar sons guturais, mas a resposta, nem mesmo filosofar sobre o caos que lhe passava, ele era capaz.
Portanto, o caos virou uma lista de papéis assinados sem direção certa, uma lista de palavras que queriam ser ditas sem boca que as pronunciasse.
Os olhos, janelas da alma, delatores das mentiras mais bem forjadas - por isso, o palco é tão distante da platéia - nunca deixam passar em branco uma só expressão.
O problema é que tudo que é mostrado depende de que alguém perceba.
Rafael, em tanta dúvida, em tanto caos, não sabia de fato como desenrolar a situação. O problema era que não dependia dele.
Pobre Rafael, homens são assim... talvez só os românticos.
Rafael esperava que alguém fosse se mostrar seu forte seguro. Esperava que alguém lhe estendesse a mão e dissesse confia em mim, só quero a felicidade.
Rafael esperou em vão.
Afinal, de um lado suas conversas deixaram de existir e do outro lado ele se descobriu colocado de lado, traído e ignorado.
Rafa era só um menino em busca de... daquilo lá, qual o nome daquele negócio?
Deixa para lá. No fim das contas, o que interessa é que Rafael achou surreal o que se diz ser tão diferente do que se faz.

"Agora
uma enorme paixão me devora.
A alegria partiu, foi embora.
Não sei viver sem teu amor.
Sozinho curto a minha dor."

2 comments:

Anonymous said...

"Nem sempre a resposta está pronta. Há uma beleza na dúvida que vale a pena ser apreciada. Forjar a resposta antes do tempo é o mesmo que colher frutos verdes..."

Anonymous said...

"Não há duvidas que as dificuldades existam. Porém, a nossa capacidade só existe através dos nossos atos."
(gostei muito dessa frase, ando a levando no meu bolso)

Tem certeza disso???