Sunday, May 19, 2013

Outro dia

O medo de se entregar, o medo de não corresponder a tudo que aquela pessoa merece, o medo do futuro machucar e todos os outros medos parecem pequenos quando se sente o medo de ficar sem aquela pessoa.
E aí percebe-se a bobeira que é não dizer o que sempre esteve ali. O corpo e a alma já falavam, só faltava que as palavras escrevessem a história.
O futuro pode ser construído (se você também quiser).

Thursday, April 18, 2013

Esperança


O sangue que desnecessariamente mancha a história humana jamais deveria ser derramado novamente e as pessoas que detêm as formas de poder atuais deveriam honrar o nosso passado e se valer de todas as ferramentas possíveis para que nossos erros não se repetissem.
As ditaduras, o ultranacionalismo, o fascismo, o nazismo e qualquer outra forma de pensamento que requisita a aniquilação de uma parte da expressão ou da vida humana são repugnantes e infelizmente mancham a história e assombram o futuro.
A partir do momento que se entende a finitude humana e a beleza do mundo, percebe-se que o maior bem que o homem possui é a sua vida, a vida com todos os significados que ela abrange: a liberdade, em todas as suas formas, e o direito à felicidade.
As liberdades de pensamento, de opção sexual, de opção política, de manifestação pública de qualquer natureza e a de qualquer outra expressão da alma humana devem ser os objetivos de qualquer sociedade que anseia pela evolução humana.
A liberdade jamais deverá ser cerceada em alguma forma de apresentação, de maneira que a liberdade individual ou de determinado grupo não pode ser considerada uma prática que se norteia pela felicidade a partir do momento que se imponha sobre outra compreensão de liberdade.
Por outro lado, a imensidão do significado de “felicidade” demonstra o amplo trabalho que deve ser feito para que uma simples palavra consiga ser entendida sem definições precisas. Ainda assim, ela deve orientar toda ação humana cotidianamente para que consigamos prosperar enquanto uma real sociedade.
Acredito que somente quando compreendermos a importância da vida, poderemos lutar por esses ideais.

Tuesday, February 12, 2013

Calma


Balanço
Meio que sem perceber, não demorou mais que um olhar. Na verdade, antes mesmo do olhar ele já sabia o que havia. Existia em seu peito uma vontade de redescobrir aqueles sorrisos que sua memória guardava e, quando ouviu o primeiro deles, sentiu um orgulho tremendo daquela simplicidade em ser feliz. Afinal, tem gente que consegue ser assim, que cria uma, duas, três centenas de fadas em um só dia porque consegue manter uma beleza em sorrir.
Enquanto isso, havia o todo o resto, toda a vida de um e da outra.
Ele ia balançando para  frente e para trás, uma criança que num parquinho de uma pequena e humilde pracinha consegue se divertir por tanto tempo. Não percebia o que lhe dava o impulso, seriam suas pernas, seriam os braços dela? Subia com um frio na barriga. Descia com uma vontade gigante de olhar para trás e ver aquele sorriso.  

Sunday, January 27, 2013

Falhas


Acontece meio que sem querer, meio que de repente, meio que com todos que me importo, meio que cedo ou tarde. Acontece meio que despercebido e, quando percebo, já passou. Só dá pra me ver percebendo e remoendo.
É algo tão espontâneo e natural que parece inocência, no fundo, é. Afinal, a inocência não é quando não percebemos o que fazemos? Mas não se pode ter esse tipo de inocência, não nessa idade, não dessa forma.
Não se pode ser assim porque as nossas vidas se tornam mais complexas, nosso passado já é cheio de decepções e aí não abrimos mais espaços para certos erros que a nossa infância permitia que estivessem sarados no dia seguinte – quando nos encontrávamos na rua e voltávamos a jogar futebol.
Já não aguentamos mais esses defeitos porque já os aguentamos demais. Já vimos demais do mundo e não suportamos as pequenezas do homem adulto.
Apesar de saber disso tudo, repito o erro. Inocentemente, esqueço um, adio o encontro com outro, abandono um, não escuto outro, deixo de abraçar um, deixo de cuidar de outro, não retorno o telefonema de um, não respondo a mensagem de outro.
Assim, vou machucando pedaços tão importantes da minha vida. Como que boicotando quem se aproxima demais.
Quando percebo, me vejo deitado, angustiado, decepcionado comigo. Não sei por onde começar. Queria recomeçar.