Balanço
Meio que sem perceber, não demorou mais que um olhar. Na verdade,
antes mesmo do olhar ele já sabia o que havia. Existia em seu peito uma vontade
de redescobrir aqueles sorrisos que sua memória guardava e, quando ouviu o
primeiro deles, sentiu um orgulho tremendo daquela simplicidade em ser feliz.
Afinal, tem gente que consegue ser assim, que cria uma, duas, três centenas de
fadas em um só dia porque consegue manter uma beleza em sorrir.
Enquanto isso, havia o todo o resto, toda a vida de um e da
outra.
Ele ia balançando para frente e para trás, uma criança que num
parquinho de uma pequena e humilde pracinha consegue se divertir por tanto
tempo. Não percebia o que lhe dava o impulso, seriam suas pernas, seriam os
braços dela? Subia com um frio na barriga. Descia com uma vontade gigante de
olhar para trás e ver aquele sorriso.
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