Sunday, May 19, 2013

Outro dia

O medo de se entregar, o medo de não corresponder a tudo que aquela pessoa merece, o medo do futuro machucar e todos os outros medos parecem pequenos quando se sente o medo de ficar sem aquela pessoa.
E aí percebe-se a bobeira que é não dizer o que sempre esteve ali. O corpo e a alma já falavam, só faltava que as palavras escrevessem a história.
O futuro pode ser construído (se você também quiser).

Thursday, April 18, 2013

Esperança


O sangue que desnecessariamente mancha a história humana jamais deveria ser derramado novamente e as pessoas que detêm as formas de poder atuais deveriam honrar o nosso passado e se valer de todas as ferramentas possíveis para que nossos erros não se repetissem.
As ditaduras, o ultranacionalismo, o fascismo, o nazismo e qualquer outra forma de pensamento que requisita a aniquilação de uma parte da expressão ou da vida humana são repugnantes e infelizmente mancham a história e assombram o futuro.
A partir do momento que se entende a finitude humana e a beleza do mundo, percebe-se que o maior bem que o homem possui é a sua vida, a vida com todos os significados que ela abrange: a liberdade, em todas as suas formas, e o direito à felicidade.
As liberdades de pensamento, de opção sexual, de opção política, de manifestação pública de qualquer natureza e a de qualquer outra expressão da alma humana devem ser os objetivos de qualquer sociedade que anseia pela evolução humana.
A liberdade jamais deverá ser cerceada em alguma forma de apresentação, de maneira que a liberdade individual ou de determinado grupo não pode ser considerada uma prática que se norteia pela felicidade a partir do momento que se imponha sobre outra compreensão de liberdade.
Por outro lado, a imensidão do significado de “felicidade” demonstra o amplo trabalho que deve ser feito para que uma simples palavra consiga ser entendida sem definições precisas. Ainda assim, ela deve orientar toda ação humana cotidianamente para que consigamos prosperar enquanto uma real sociedade.
Acredito que somente quando compreendermos a importância da vida, poderemos lutar por esses ideais.

Tuesday, February 12, 2013

Calma


Balanço
Meio que sem perceber, não demorou mais que um olhar. Na verdade, antes mesmo do olhar ele já sabia o que havia. Existia em seu peito uma vontade de redescobrir aqueles sorrisos que sua memória guardava e, quando ouviu o primeiro deles, sentiu um orgulho tremendo daquela simplicidade em ser feliz. Afinal, tem gente que consegue ser assim, que cria uma, duas, três centenas de fadas em um só dia porque consegue manter uma beleza em sorrir.
Enquanto isso, havia o todo o resto, toda a vida de um e da outra.
Ele ia balançando para  frente e para trás, uma criança que num parquinho de uma pequena e humilde pracinha consegue se divertir por tanto tempo. Não percebia o que lhe dava o impulso, seriam suas pernas, seriam os braços dela? Subia com um frio na barriga. Descia com uma vontade gigante de olhar para trás e ver aquele sorriso.  

Sunday, January 27, 2013

Falhas


Acontece meio que sem querer, meio que de repente, meio que com todos que me importo, meio que cedo ou tarde. Acontece meio que despercebido e, quando percebo, já passou. Só dá pra me ver percebendo e remoendo.
É algo tão espontâneo e natural que parece inocência, no fundo, é. Afinal, a inocência não é quando não percebemos o que fazemos? Mas não se pode ter esse tipo de inocência, não nessa idade, não dessa forma.
Não se pode ser assim porque as nossas vidas se tornam mais complexas, nosso passado já é cheio de decepções e aí não abrimos mais espaços para certos erros que a nossa infância permitia que estivessem sarados no dia seguinte – quando nos encontrávamos na rua e voltávamos a jogar futebol.
Já não aguentamos mais esses defeitos porque já os aguentamos demais. Já vimos demais do mundo e não suportamos as pequenezas do homem adulto.
Apesar de saber disso tudo, repito o erro. Inocentemente, esqueço um, adio o encontro com outro, abandono um, não escuto outro, deixo de abraçar um, deixo de cuidar de outro, não retorno o telefonema de um, não respondo a mensagem de outro.
Assim, vou machucando pedaços tão importantes da minha vida. Como que boicotando quem se aproxima demais.
Quando percebo, me vejo deitado, angustiado, decepcionado comigo. Não sei por onde começar. Queria recomeçar.

Sunday, August 26, 2012

Se Você Soubesse


Um bom reencontro é como se fosse uma daquelas pipocas que a gente compra pra ir no cinema. Podem até ter várias pessoas no grupo que está indo no cinema, mas é uma em especial que fica realmente curtindo comer aquele crect-creck e antes que o filme termine, aquele saco (gigante) de pipocas, que nós pensávamos que não caberia dentro de ninguém, já está completamente vazio.

E nós ficamos pensando em quão maravilhoso tudo aquilo foi, o cinema, a pipoca... Mas, puxa, eu deveria ter falado mais, deveria ter contado mais histórias, deveria ter ouvido mais momentos. E o que mais fica na minha cabeça é que eu deveria ter contado em quantas histórias aquela pessoa já esteve e quantos são os amigos que já conhecem um pedaço daquela alma, sem conhecer uma fração da pessoa.

A noite acaba e eu fico com aquela cara de tonto, um cachorro bobo. É um tipo de felicidade gostosa, que dá gostinho de “quero mais”, mas como falar sobre uma saudade e uma vontade de estar junto que surgem assim tão de repente? É bom sorrir por dentro.

Tuesday, August 14, 2012

Cotidianos


Sentada nos degraus de sua casa, olhava para o chão de paralelepípedos que encostava nos pés descalços das crianças que se escondiam e contavam. O chão, que engraçado, estava tão perto e, ainda assim, tocava o horizonte. Afinal, onde daria se ela fosse reto naquela direção? Após desviar de inúmeras paredes, haveria alguma hora uma porta na qual ela poderia bater?
Mas no meio disso, os pequenos estalidos de muitos pés se juntaram, como se para que ela despertasse e percebesse que outros pés maiores já se afilavam perto do poste. E, sem olhar para seu pulso, que só mostraria cores, pôs-se de pé e somou-se com aqueles outros.
O ônibus não tardou em se atrasar e, como de costume, provocou ligações e desculpas, ouvidas pela vontade que ela tinha de imaginar a vida das outras pessoas. A culpa era das rugas. As rugas falavam muito. Cada uma tinha tido seu momento de brilho, de ir e voltar e ir voltar. Ora, as rugas mereciam ser ouvidas. Ela, coitada, ansiava por rugas, mas não tinha pressa para que surgissem.
Chegara ainda adiantada para sessão de cinema e, como se esperasse um namorado, a menina, sozinha, se sentou e esperou que as portas se abrissem. Enquanto pulava de rosto em rosto, foi pega de surpresa por um rosto que a visão reconhecia menos que o tato. Ele, de longe, também a viu e, com sua alma encadarçada, pediu licença à sua mão e se aproximou do banco.
Ela se levantou e o cumprimentou e o abraçou. Diferente. Eles não falaram muito, somente o suficiente para que os corações balançassem. Oi. Tudo bem... Cresceram como um só e agora eram dois. Despediram-se e cada um foi para sua sessão.
Ela sentou finalmente em sua G12 e não pode deixar de pensar em como o mundo era engraçado. Não conseguimos entender realmente nada dos nossos caminhos. Entre músicas e danças, ela respirava fundo e tentava valsar com seus pensamentos. Mas precisava jogar uma água no rosto.
Enquanto levantava o rosto molhado, percebeu uma pequenina ruga no canto de seu olho esquerdo. Riu. Riu e secou o rosto. Encarou-se de novo, admirada com aquilo. O balanço.
Antecipou sua volta para casa e, ao descer do ônibus, traçou a reta e desviou-se das paredes. Logo, chegou num botequim, que já era seu de costume, e acenou para os conhecidos.
Pegou o caminho de volta. Sentiu o travesseiro em seu rosto e sorriu mais uma vez.

Tuesday, August 07, 2012

Over and over again

Eu sei que o que eu sinto é verdadeiro porque mesmo que perdesse meus olhos, me apaixonaria de novo por você a cada dia que sentisse sua voz.

Monday, July 23, 2012

O que se leva?

Fazia tempo que não se via uma cena daquelas, poucos eram os velhos do bairro que haviam vivido tempo suficiente para ver uma praia com neve, aparentemente, eu não seria um deles amanhã. A janela foi ficando alta e logo eu era um bebê, que estica a mão em busca do que deseja, pobre bebê, que não tem a noção de profundidade. Como um bebê, senti os adultos vindo a mim, correndo alvoroçados e desconcertados com aquela vida que começava. O céu era branco acinzentado e o vento não era um daqueles ventos bobos, aqueles ventos de verão que vão passando por você e deixam mais calor do que brisa nos corpos, ele era um vento crescido e brincalhão, que empurrava e gelava e fechava casacos, braços e abraços. De qualquer forma, o que eu respirava não era gelado, era quente e, apesar disso, angustiante, era tudo muito rápido, muitos toques, muitas coisas, alguma dor e uma pressão no meu rosto, mas uma pressão que não vencia a preguiça que sentia. Era de um lado para o outro, para frente e para trás. Senti-me trabalhando, fazendo os meus testes e torcendo para que eles me mostrassem algo novo, inacreditável. Mas testar a inércia era muito tolo, jamais permitiria que alguém propusesse uma desvaria dessas no meu laboratório. Aqui, não é lugar para brincadeiras, apesar de nunca ter abnegado a diversão. O que será que faltou? Lá estava eu, nunca ganhara um só Nobel, mas era o centro das atenções. Acho que foi algo logo abaixo do meu nariz que me fez saber disso, que venceu a preguiça que eu sentia. Tantas luzes, aquilo era muito sugestivo, e quando as apagaram não pude deixar de notar mais uma vez que a dor logo abaixo do nariz ressurgiu, mas não era tanta assim, então decidi ignorar. O problema é que eu não gostava de escuro, nunca gostei, nunca fui desses que falavam não ter medo. Sempre dormi com a televisão ligada – a luz, minha segurança, o som, minha companhia, o “timer”, minha consciência ambiental. Tudo bem, melhor acender a luz, então. Quantas pessoas. Como eram altas. Extremamente desconfortável. Queria tossir e não conseguia, queria água e não conseguia. Desisti disso tudo e decidi, por fim, fazer o que me restava: cantar. Mas não conseguia. Como nunca soube, pensei que seria melhor assim, sem sair som, pude explorar ao máximo minhas cordas vocais. Acordei. Estava na frente de um bocado de gente, conversaram comigo, me explicaram algumas coisas e, por fim, me deixaram falar. Acho que forcei demais minhas cordas vocais, pois agora elas estavam doídas e não funcionavam nem para falar. Quando pude voltar para casa, me sentia como um bebê. Uma criança entre tantos zelos. Quem me dera, poder mais uma vez fazer com que as fadas fossem criadas, mas agora só me restava a tarefa de não as matar com as blasfêmias que me inundam. Pena que não pude aproveitar a bela vista da praia, porém, quando cheguei em casa, vi janelas cheias de água, uma visão que fazia sentir beleza e tristeza ao mesmo tempo, no mesmo corpo. Pelo menos, pude dizer que não era maluco. Não era arrependido. Era orgulhoso, calmo, ainda que ansioso e nervoso, e cheio de paz.

Sunday, February 05, 2012

My biggest wish

"Eu quero mesmo é alguém que me faça mudar completamente de opinião. Que faça meu corpo querer companhia nos momentos em que minha mente insiste pela solidão."
Caio Fernando Abreu.


Because I need a hug
I just wish someone to grab my hand and tell me "come with me, trust me, everything is gonna be alright."
I just wish someone whom whispers in my ears that even if the world is so complicated, there will always be a place for me to lay down when I get to see her.
I just wish someone who knows me so well that when I send her any message, she will always answer "where do I meet you?"
Where do I meet you?...
Or how can I open up your eyes?...

Wednesday, November 23, 2011

Estantes de Madeira

Fico olhando para o meu quarto, conversando com essas paredes, quando finalmente estou cansado o suficiente de cansar elas, não posso deixar de perceber as estantes aqui penduradas, tão melancólicas as estantes de madeira. Possuem tantos artefatos, tantas peças, foram essas as peças que moldaram tudo. Agora, ficam aí, paradas, sem ninguém brincando com elas, quem conseguiria?
As paredes expostas, os tijolos à mostra. Parecem tão fixos, tão seguros, mas logo que um aroma me embriaga, vejo que quem estava fixo era o meu olhar. As paredes, bem empilhadas, são docemente frágeis, convidativas a serem repuxadas, remendadas, redesenhadas e até derrubadas. Parecem aguardar outro tijolo, ansiosas para saber se desequilibrarão ou se sustentarão. Mas o aroma não vinha delas.
O aroma percorria aquele quarto e parecia algo como uma aurora boreal, não tinha como explicar. Era tênue, distante, aconchegante, asfixiante aquecedor. De repente, reparei que o cheiro vinha de uma gaveta do armário.
Nossa, quantas roupas! As fantasias se misturavam com figurinos, os casacos estavam cercados pelas bermudas, as cuecas perdiam a luta para as meias, que as sufocavam. Em alguns cantos ainda havia um óculos ou um macacão ou uma gravata, essas coisas todas que o espelho já disse que existiu. E, naquela única gaveta, estava a fonte dos cheiros.
Revelava-se uma pequena boneca de pano, dessas que a cabeça é feita de porcelana e o rosto é pintado - com o necessário cuidado para querela se torne amável em vez de assustadora.
Cada vez que se apertava, quer fosse eu, quer fosse o vento, ela deixava escapar de si uma cor, uma tonalidade de fragrância tão bela e, às vezes, tão delicada, que se me descuidasse, tudo me fugia e de inebriado, passava a me sentir ébrio e tonto. Tonto pela vontade de ser aturdido outra vez.
E, como se bailasse, me vi diante da cabeceira. Se não tivesse aprendido o mínimo de lógica possível, diria que parecia maior que o quarto. Havia uns porta-retratos sobre aquela peça rústica; neles, fotos facilmente reconhecíveis e três possuíam destaque dentre todos, estavam no centro e, pelo tamanho, pareciam levitar. Ágape.
Sabe, acontece que funciona assim, primeiro vemos as fotos, as fotos trazem seus vídeos. As pessoas importantes ficam guardadas em nossos quartos, sou do tempo que ainda se guardavam as pessoas em VCR, e o interessante é que algumas ficaram guardadas tanto em VCR como em DVD. Claro que há aquelas muitas que juntas com outros tantos cabem em um CD ou, no máximo, em um pen drive.
Dentro daquela cômoda estavam caixas e mais caixas, albúns e mais albúns, todos recheados de tantas imagens e cada imagem recheada de tanta coisa. Se o tempo parasse não daria tempo suficiente de ver tudo como devia ser visto, ouvir tudo como devia ser ouvido, falar tudo como devia ser falado, porque é assim que deve ser. O tempo todo não dá tempo nenhum.
Revirei aquelas caixas e encontrei mais coisas do que poderia pensar que ainda encontraria, quando já cansado de tanto beber vinhos, licores, sucos, cachaças e águas, fui recostando meu dorso de leve na macia cama do meu lado.
Já de olhos fechados, ouvi engrenagens se mexendo e os ponteiros mexendo comigo. Davam incômodas cutucadas. Tentava ignorar, mas é difícil depois que você se angustia. Sabia como me confortar, mas não queria, não deveria, ou deveria?
Abri meu olhos, voltei a cômoda, sem sair da cama abri as suas gavetas, procurei pelos cantos, pelas frestas. Sabia. Voltei-me para os poucos retratos sobre o móvel.
Lá estava aquele porta-retrato. Deitado para baixo. Ficou assim por tanto tempo que se acostumou. Levantei-o e fui tragado, era uma maré e eu um pobre barco. Esparramado por aquele mar, naquele mar me sinto tranquilo, como se o mundo fosse dar certo. Descrevia cada onda que me acertava, não por conhecer todas ou serem todas iguais, mas por não me cansar de assistir desde o momento que elas começavam a surgir até a arrebentação.
Algumas vezes, deixava de assistir por motivo que não sei explicar, noutras perdurava noites pelas coxias, ouvindo aquela peça sem poder ver e torcendo para que cada movimento desse certo.
Ganhava força para continuar. Sabia que acordaria mais feliz - não haveria palavra na língua portuguesa para descrever melhor.
Finalmente piscava, me despedia daqueles olhos em silêncio. Silêncio por não saber o que falar, silêncio por pensar que a maré poderia parar.
Silêncio por ter medo. 
E, por ter medo, recosto o porta-retratos, até o nosso próximo encontro - quem saberia dizer quando?
Fecho os olhos. Respiro fundo. Na minha confusão, sei que entendo o que aconteceu. Na minha confusão, me silencio, me tormento, me acalmo e me delicio.
Amanhã será um belo dia.

Thursday, October 27, 2011

Aniversário

Acabei aprendendo que um aniversário é um momento muito especial, um momento que é feito para você tentar reunir as pessoas que você gosta em um local que você gosta. É um momento para você deixar seu cotidiano mais leve e suave, seu micromundo com um pouco mais de paz e seu amor bem pertinho.
Afinal, existe algo mais confortante, mais aquecedor do que o colo da pessoa amada? É algo como mágica, o tanto de amor e cuidado que você deposita naquela pessoa só faz aqueles braços ficarem mais gostosos. E, como num passe de mágica, aquele abraço faz o seu mundo ficar seguro. Parece que, de fato, todos os seus dias ficam com o cotidiano mais leve e suave, seu micromundo fica com um pouco mais de paz, isso só porque o seu amor está bem pertinho.
O aniversário é aquele dia para você receber surpresas ou até fingir receber surpresas - afinal, há algo melhor que isso? E, quando se pensa mais uma vez nessa pessoinha que é capaz de colorir todo o seu mundo, lá está ela, te vendo de longe curtir aquele momento com seus mais verdadeiros amigos do lado. Lá está ela com a surpresa que talvez você nem saiba que gostaria de receber, mas que é a que você mais vai curtir, mais vai lembrar para o resto da vida.
Todo livro merece uma dedicatória, puxa, mas seria muito legal ver o que vai passando na mente de cada pessoa que escreveu cada dedicatória. Poder guardar a lembrança de como aquele rosto tão familiar, tão seu, tão feito para você, está se comportando enquanto mergulha dentro daquelas palavras só para dizer o quanto te ama.

Era algo assim que eu queria dizer, pena que você não lerá.
Mas tudo bem, hoje você tá tentando comemorar seu aniversário. Que bom que todos os seus amigos estão com você...

Um grande beijo.

Monday, April 11, 2011

Mulheres...

Há uma mulher... Bem, não é uma mulher qualquer, é uma mulher especial. Uma mulher sobre a qual deposito toda a minha esperança.
Faço o meu cotidiano mais agradável, me esforço para falar "agradecido", busco o jeito de certo tomar minhas atitudes, me esforço para ser melhor filho, confidente e amigo, para nunca trair meus pensamentos, ou deixar que meus pensamentos traiam as minhas ações, tudo por ela.
Caminho sempre pensando nela, pensando em como quero fazer as coisas por ela, como quero fazer a coisa certa por ela. Parece até bobeira que me esforce tanto por uma só mulher. Mas como poderia ser diferente?
Até há quem faça diferente, mas não se pode negar que se esse tipo de pessoa for atento, em alguma hora vai se pegar fazendo alguma coisa para ela - ou, pelo menos, num momento de raiva ou tristeza, estará pensando nela.
É estranho nos dedicarmos tanto a uma só mulher. 
Não sei ao certo se é paixão, desconfiança ou apego, no entanto é um "je ne ces't quoi" bem forte que me deixa atordoado, que me deixa paralisado ao pensar que um dia ela vai me deixar, que um dia ela vai sumir de mim. Será que vai?...
Mas, afinal, por que as mulheres fazem isso conosco? 
Sabe, essa mulher tem um jeito todo seu de ser misteriosa, charmosa. Enlouqueço pensando nas suas curvas, pensando em até onde essas curvas podem me levar, mas são os olhos que me fazem, de fato, perder a sanidade. Como será que é o fundo dos olhos dela? Será que eu saberei?
Sua boca me convida algumas noites para dançarmos, me convida a beijos intermináveis... e, como na consequência natural, me faz deitar e então deleitar o prazer que ela me dá.
E, como se nada tivesse acontecido, como se nada eu tivesse feito por ela, como se ela nunca houvesse sido minha amante, ela me abandona. Parece nem se importar com as lágrimas que eu deixo escorrer, fica assistindo minhas aflições e nem mesmo me estende os braços.
Fico pensando o que posso ter feito de errado para ela fazer isso comigo, me esforço para pensar no passado mas vejo só coisas tão pequenas.
Acho que o problema é que eu continuo fazendo tudo por essa mulher, o problema é que eu continuo enxergando a vida como uma mulher. Continuo pensando que a vida é uma pessoa, e, como tal, irá reagir às minhas ações.
No entanto, não importa o que eu faça, a vida não responde a atos. A vida não pode ser culpada por nada, nem pela minha felicidade, muito menos pela solidão, que tanto me incomoda. A vida é só uma palavra, não é uma mulher.
Agora, só me falta acreditar nisso.

Saturday, April 09, 2011

Muito bobo...

Sozinho

Surrealismo? Será que a dúvida é emblema do surreal?
Acho que Rafael não sabia o que era surreal.
Rafael se viu diante de um dilema, um dilema que era impassível de solução na sua jovem mente. Como podia o coração balançar por duas garotas? Como podia ele dizer uma coisa e sentir um aperto tão forte no peito que ele não seria capaz de imaginar?
Rafael havia já se acostumado, já estava certo do que queria quando a vida resolveu chegar e atrapalhar seus planos, como ele ficaria sabendo depois da famosa frase - afinal, todos sabem que encarcerar a vida em um corpo humano é apenas a nossa fuga do... da...
Como pode a certeza se misturar tanto com todo o resto? Às vezes, fico me perguntando o que é de verdade mesmo. Rafael concluiu que a verdade nada mais era do que a mentira que contamos a nós mesmos até que faça algum sentido, e, se não fizer, não nos importamos - a crença não precisa de certeza.
Como não basta a lágrima para fazer o choro, não seria jamais suficiente dúvida para formar o caos.
Bem, o caos... Quando perguntado sobre o caos, ele gaguejava até balbuciar palavras, balbuciava até pronunciar sons guturais, mas a resposta, nem mesmo filosofar sobre o caos que lhe passava, ele era capaz.
Portanto, o caos virou uma lista de papéis assinados sem direção certa, uma lista de palavras que queriam ser ditas sem boca que as pronunciasse.
Os olhos, janelas da alma, delatores das mentiras mais bem forjadas - por isso, o palco é tão distante da platéia - nunca deixam passar em branco uma só expressão.
O problema é que tudo que é mostrado depende de que alguém perceba.
Rafael, em tanta dúvida, em tanto caos, não sabia de fato como desenrolar a situação. O problema era que não dependia dele.
Pobre Rafael, homens são assim... talvez só os românticos.
Rafael esperava que alguém fosse se mostrar seu forte seguro. Esperava que alguém lhe estendesse a mão e dissesse confia em mim, só quero a felicidade.
Rafael esperou em vão.
Afinal, de um lado suas conversas deixaram de existir e do outro lado ele se descobriu colocado de lado, traído e ignorado.
Rafa era só um menino em busca de... daquilo lá, qual o nome daquele negócio?
Deixa para lá. No fim das contas, o que interessa é que Rafael achou surreal o que se diz ser tão diferente do que se faz.

"Agora
uma enorme paixão me devora.
A alegria partiu, foi embora.
Não sei viver sem teu amor.
Sozinho curto a minha dor."

Muito bobo...

Sozinho

Surrealismo? Será que a dúvida é emblema do surreal?
Acho que Rafael não sabia o que era surreal.
Rafael se viu diante de um dilema, um dilema que era impassível de solução na sua jovem mente. Como podia o coração balançar por duas garotas? Como podia ele dizer uma coisa e sentir um aperto tão forte no peito que ele não seria capaz de imaginar?
Rafael havia já se acostumado, já estava certo do que queria quando a vida resolveu chegar e atrapalhar seus planos, como ele ficaria sabendo depois da famosa frase - afinal, todos sabem que encarcerar a vida em um corpo humano é apenas a nossa fuga do... da...
Como pode a certeza se misturar tanto com todo o resto? Às vezes, fico me perguntando o que é de verdade mesmo. Rafael concluiu que a verdade nada mais era do que a mentira que contamos a nós mesmos até que faça algum sentido, e, se não fizer, não nos importamos - a crença não precisa de certeza.
Como não basta a lágrima para fazer o choro, não seria jamais suficiente dúvida para formar o caos.
Bem, o caos... Quando perguntado sobre o caos, ele gaguejava até balbuciar palavras, balbuciava até pronunciar sons guturais, mas a resposta, nem mesmo filosofar sobre o caos que lhe passava, ele era capaz.
Portanto, o caos virou uma lista de papéis assinados sem direção certa, uma lista de palavras que queriam ser ditas sem boca que as pronunciasse.
Os olhos, janelas da alma, delatores das mentiras mais bem forjadas - por isso, o palco é tão distante da platéia - nunca deixam passar em branco uma só expressão.
O problema é que tudo que é mostrado depende de que alguém perceba.
Rafael, em tanta dúvida, em tanto caos, não sabia de fato como desenrolar a situação. O problema era que não dependia dele.
Pobre Rafael, homens são assim... talvez só os românticos.
Rafael esperava que alguém fosse se mostrar seu forte seguro. Esperava que alguém lhe estendesse a mão e dissesse confia em mim, só quero a felicidade.
Rafael esperou em vão.
Afinal, de um lado suas conversas deixaram de existir e do outro lado ele se descobriu colocado de lado, traído e ignorado.
Rafa era só um menino em busca de... daquilo lá, qual o nome daquele negócio?
Deixa para lá. No fim das contas, o que interessa é que Rafael achou surreal o que se diz ser tão diferente do que se faz.

"Agora
uma enorme paixão me devora.
A alegria partiu, foi embora.
Não sei viver sem teu amor.
Sozinho curto a minha dor."

Muito bobo...

Sozinho

Surrealismo? Será que a dúvida é emblema do surreal?
Acho que Rafael não sabia o que era surreal.
Rafael se viu diante de um dilema, um dilema que era impassível de solução na sua jovem mente. Como podia o coração balançar por duas garotas? Como podia ele dizer uma coisa e sentir um aperto tão forte no peito que ele não seria capaz de imaginar?
Rafael havia já se acostumado, já estava certo do que queria quando a vida resolveu chegar e atrapalhar seus planos, como ele ficaria sabendo depois da famosa frase - afinal, todos sabem que encarcerar a vida em um corpo humano é apenas a nossa fuga do... da...
Como pode a certeza se misturar tanto com todo o resto? Às vezes, fico me perguntando o que é de verdade mesmo. Rafael concluiu que a verdade nada mais era do que a mentira que contamos a nós mesmos até que faça algum sentido, e, se não fizer, não nos importamos - a crença não precisa de certeza.
Como não basta a lágrima para fazer o choro, não seria jamais suficiente dúvida para formar o caos.
Bem, o caos... Quando perguntado sobre o caos, ele gaguejava até balbuciar palavras, balbuciava até pronunciar sons guturais, mas a resposta, nem mesmo filosofar sobre o caos que lhe passava, ele era capaz.
Portanto, o caos virou uma lista de papéis assinados sem direção certa, uma lista de palavras que queriam ser ditas sem boca que as pronunciasse.
Os olhos, janelas da alma, delatores das mentiras mais bem forjadas - por isso, o palco é tão distante da platéia - nunca deixam passar em branco uma só expressão.
O problema é que tudo que é mostrado depende de que alguém perceba.
Rafael, em tanta dúvida, em tanto caos, não sabia de fato como desenrolar a situação. O problema era que não dependia dele.
Pobre Rafael, homens são assim... talvez só os românticos.
Rafael esperava que alguém fosse se mostrar seu forte seguro. Esperava que alguém lhe estendesse a mão e dissesse confia em mim, só quero a felicidade.
Rafael esperou em vão.
Afinal, de um lado suas conversas deixaram de existir e do outro lado ele se descobriu colocado de lado, traído e ignorado.
Rafa era só um menino em busca de... daquilo lá, qual o nome daquele negócio?
Deixa para lá. No fim das contas, o que interessa é que Rafael achou surreal o que se diz ser tão diferente do que se faz.

"Agora
uma enorme paixão me devora.
A alegria partiu, foi embora.
Não sei viver sem teu amor.
Sozinho curto a minha dor."

Monday, April 04, 2011

Desabafo II - o último com eu-eu-lírico (?)

Tanta correria a minha volta. Tanta gente batendo cabeça. Tanta gente batendo com a cabeça na parede.
Todo dia, tento buscar um pouco mais de calma para a minha vida, não precisa ser aquela calma cheia de sono, só quero aquela que me mantenha centrado o suficiente para aproveitar os meus trabalhos.
Quero me dar bem com o cansaço, me dar bem com o tanto que eu faço. Se puder chegar exausto ao fim de cada dia, porém tendo aproveitado cada experiência que tive, vou ficar feliz. Acho que já me cansei do estresse - próprio e alheio. Fico até meio triste quando vejo que meus amigos ainda estão realizando seus trabalhos sem aproveitar os momentos ao longo do dia, será que não percebem que isso só é ruim a eles mesmos? Afinal, existe alguma pessoa que seja convencida de um erro ou incentivada a fazer algo a partir dos gritos de outra? Ou será que existe mais alguém que se importe - de verdade, de verdade mesmo - com o tanto que você se estressou e se irritou com algo, além de você mesmo?
Sabe, ainda fico estressado com o trânsito, mas sempre me dou bronca; ainda fico irritado quando perco minhas coisas, nisso ainda não consigo me controlar; mas acho que estou ficando mais sereno.
Andam me falando que a única maneira de prevenir todas as doenças é levando uma vida tranqüila, com bons hábitos alimentares e filtro solar - sobre isso, até gravaram uma musiquinha. Bem, como isso é possível com o trabalho, com os estudos, com as responsabilidades que nós temos? Como isso é possível com o nosso modelo político de vida?
Não sei direito a resposta, mas não quero morrer cedo, não quero já começar a prejudicar a minha relação com meus futuros filhos, não quero sofrer com uma doença qualquer, não quero me arrepender do tempo que perdi arrancando meus cabelos, não quero ficar xingando os outros, não quero me aposentar porque não agüento mais essa merda, não quero gritar com os ouvidos alheios e com minha própria mente.
Bem, por tudo isso e muito mais, acho que posso tentar alguma coisa, né?

"Não há duvidas que as dificuldades existam. Porém, a nossa capacidade só existe através dos nossos atos."
(gostei muito dessa frase, ando a levando no meu bolso)

Thursday, March 10, 2011

Desabafo

Tentamos de tudo para compreender esse mundo, tentamos absolutamente tudo cotidianamente. E, quando não conseguimos entender, criamos um apêndice ao nosso conhecimento que não explica nada, mas satisfaz nossa necessidade de padrões.
Afinal, qual a nossa explicação para o número divino, para a vida, para a origem do pensamento humano, para o que havia antes do big bang, para nossos sentimentos?
E (nossa!) como nos gabamos do nosso conhecimento, somos desde a raça mais evoluída até a pessoa mais bem indicada para aquele trabalho; somos desde o filho mal compreendido até o exemplar notório da sociedade humana.
Engraçado ter tanta soberba.
Estruturamos todas as maravilhas que a ciência da engenharia moderna criou sobre os preceitos básicos da física.
Mas tinha um besouro no meio do caminho, no meio do caminho tinha um besouro.
Apesar de a física dizer que seria impossível o besouro voar, assistimos esse insetinho voar; algo com que o ser humano anseia ser capaz desde antes de Ícaro, mas parece que a gente não sabe voar também. O que fazemos diante dessa incoerência? Fácil. Ignoramos o besouro.
Ora, foram décadas formadoras de séculos integrantes de milênios até o ser humano conseguir construir nossas poderosas máquinas, não será um insetinho que vai nos dizer "opa, vocês erraram" - se ao menos fosse um coroa judeu que fuma cachimbo, depois de uns pequenos desméritos, até poderíamos considerar nosso deslize, jamais nosso erro.
Bem... mas se tem tanta coisa por aí que não faz o menor sentido, quem sou para ficar apurrinhando meu coração. Deixa ele batendo, afinal me disseram na faculdade que ele tem uma coisinha que faz ele tuntar independente da cabeça - os franceses chegaram a relatar até que os corações ficavam batendo um tempo após a decapitação dos revolucionários mais apaixonados.
As discussões políticas, os livros de filosofia e literatura, as reuniões, os livros de faculdade, a curiosidade pelo conhecimento, as peças de teatro e as pessoas continuam se criando na minha vida e nada disso me fez perder meu tempo passado para ficar planejando.
Planejo a felicidade e as "bare necessities" (Mogli), o resto é a vida que vai acontecendo.
Ah, mas se puder, Deus, me lembra de quando em vez de deixar a soberba sobre a qual estava falando lá em cima ficar lá para trás. É que essa coisa de desabafar confunde a gente, né?...

Tuesday, March 01, 2011

História popular


Hoje, conversei com pessoas vivas, estudei em corpos mortos e vi a miséria de uma criança me pedir comida. Quantas histórias há por trás dessas vidas, dessas minúsculas existências para o universo, mas tão gigantes para cada um deles.
Com o paciente, conversei e ouvi sua história para aprender a ajudá-lo; aos corpos mortos, deixo meus agradecimentos pois irão ajudar a socorrer tantos vivos; junto com a criança vai minha tristeza pois não há comida que eu dê que seja capaz de dar vida aquela pequena criatura - que ainda será tão maltratada pelo mundo.
Busco-me pela medicina pois é por lá que vou achando meu coração, é por lá que de alguma forma me acho mais próximo da humanidade e com mais humanidade, é por lá que me vejo cada vez mais distante da minha soberba, da minha discriminação, da minha raiva, da minha pretensão, da minha sabedoria. A medicina me mostra como sou pequeno, frágil e incompetente, me ensina como eu preciso de bons amigos, de momentos de silêncio e fala, de dias de choro e riso, de horas de silêncio e canção.
Bobo é aquele que passa pelas salas de aula sem prestar atenção na vida que pode entrar em sua alma. Não há anel de formatura que valha mais que a vida de alguém.
Com tudo isso em mente, com tudo isso no meu peito, me exacerba a felicidade, o bem-estar por ser incompleto e querer ser maior que o meu corpo, mais longo que o meu tempo, mais dedicado que minha necessidade social permite. Ainda assim, me falta um grito que meu coração precisava gritar, um suspiro que meus olhos gostariam de dar; mas me calo. Não pela soberba ou bobeira, pois isso deixei para trás quando comecei a me conhecer.
Calo-me pelo medo de ter medo de o futuro fugir ao meu desejo; calo-me pois o silêncio que pronuncio impede que sons tão ríspidos me derrubem.
Acho que quando alma sem corpo escolhi nascer carioca para falar o português brasileiro do tipo carioquês. Ora, que outra língua seria mais completa, mais bela, mais cheia de figuras que essa? Tenho tantas palavras e combinações para usar que mal preciso tomar fôlego a cada digitada.
Mas acho que da próxima vez - torço para que haja pois ainda quero fazer muito - venho com uma língua diferente.
Não imaginava que eu pudesse despencar tanto e por tanto tempo com poucas palavras de português. Essa língua era para "ser como um canto de passarinho".
Quem diria que após ler tanto de tantos livros - médicos ou não -, falar com tantas pessoas, passar por tantas experiências, criar tantas idéias, achar tantas respostas... quem diria que o português me faltaria para dizer:
Saudades de você, não imagina a falta que o seu rosto me faz. Espero que esteja feliz. Vou bem. Espero por você. Seja como for, espero por você.

Tuesday, December 28, 2010

Meus dois músicos brasileiros vivos favoritos: Nando Rei e O Teatro Mágico.
Só para dizer...

"Olhe bem no fundo dos meus olhos
E sinta a emoção que nascerá
Quando você me olhar.

Desculpe,
Estou um pouco atrasado
Mas espero que ainda dê tempo...

Por onde andei
Enquanto você me procurava?
Será que eu sei
Que você é mesmo
Tudo aquilo que me faltava?

O sonho parece verdade
Quando a gente
Esquece de acordar

Quando o tempo não passar, dentro de nós
Cada hora é como uma semana,
Cada novo alô é mais bacana,
Cada carta que eu nunca recebo
É sempre um motivo pra lembrar,
Sou tão perto de você...

O universo conspira a nosso favor
A conseqüência do destino é o amor,
Pra sempre vou te amar.
Mas, talvez, você não entenda
Essa coisa de fazer o mundo acreditar
Que meu amor, não será passageiro,
Te amarei de janeiro a janeiro,
Até o mundo acabar

Espero que o tempo passe,
Espero que a semana acabe,
Pra que eu possa te ver de novo...
Espero que o tempo voe,
Para que você retorne,
Pra que eu possa te abraçar...
Quando alguém se machuca, dentro de nós
Toda culpa parece resposta,
Nossa busca não parece nossa.
Quando a paz se anunciar, dentro de nós
É porque aquilo que nos cega
Mostra um outro lado para a moeda,
Que não apaga as coisas do meu peito.
O preço é me fazer acreditar,
Sou tão perto de você

Sobra tanto espaço
Dentro do abraço,
Falta tanta coisa pra dizer
Que nunca consigo..."

Sunday, November 07, 2010

Em memória.

Já perguntei para Deus muitas vezes o que seria justiça? O que seria justo? Afinal, vejo tantas coisas acontecerem da forma errada... Ele ainda não me respondeu, mas espero que esteja ouvindo minhas preces...

Há quase dois anos atrás, chegávamos na Faculdade de cabeça erguida.

Passamos para Medicina!

Passamos para a UFF!

Aos poucos, fomos nos conhecendo, somos 80 alunos e isso leva algum tempo para acontecer. Aprendemos os trejeitos, manias e frescuras de cada um. Formamos nossos grupos de afinidade e, ainda que com tanta diversidade, fizemos uma turma unida. Resolvemos então nos batizar de Caldeirão – mal sabíamos o significado que esse nome tomaria.

Desse grupo de alunos, me cabe, infelizmente, falar de uma em especial.

Há mais ou menos um ano atrás, nossa companheira de sala XX descobriu possuir uma das mais temidas doenças que nós vamos estudar, o câncer. Exaustivamente vamos falar sobre formas e mais formas de câncer só para descobrir nossa pequenez, nossa incapacidade diante de tantas formas de sofrimento humano.

Hoje, vi pessoas perdidas, ou melhor, imersas em emoções após saberem da notícia do falecimento da Alessandra. Essa tristeza, pronunciada em lágrimas e passos desaprumados, deve ser revisitada só para que lembremos seu motivo de existir...



Somos como quadros de Picasso, rostos e corpos sem uma forma muito bem definida, almas que se completam com cada pessoa que passa pela nossa vida. Como fractais, essas pessoas que rabiscam a nossa existência são capazes, se tivermos sorte, de nos deixar uma memória, uma importância e uma necessidade infinita.

Não duvido em nenhum instante que a XX tenha feito isso com inúmeras pessoas que passaram por sua vida.



Enquanto suas amigas ajudavam a chuva que caia do céu a ter mais água quando chegasse ao chão, percebi mais uma vez como é triste a perda... O que se deve falar nesse momento?... Meus pêsames?... Se não sei reagir diante dessas amigas, o que poderia dizer para a mãe ou qualquer outra pessoa tão importante?...

Bem, não há muito que se possa dizer, às vezes a ordem da despedida é alterada e não conseguimos fazer nada além de desabar em braços que esperamos que nos agüentem.

Porém, foi vendo o pranto daquelas meninas que percebi, além da tristeza, a beleza.

Havia naquele choro a beleza do cuidado, a beleza da fraternidade, a beleza do amor. Sem dúvida, havia uma paixão incontrolável, que misturada com sal e água, se faz passar por tristeza somente. Mas o motivo daquele choro não era a dor, o motivo daquele choro era algo muito maior, muito mais significativo. A dor vai embora, afinal, quantas vezes já nos machucamos? O que nos faz de fato fracos para a despedida é o amor...

Por isso, queria escrever algo hoje... queria lembrar àqueles que choraram e chorarão que se sentem uma dor angustiante, é porque vocês amam demais. É esse amor que imprimirá nos seus peitos a saudade. E é essa saudade que eternizará a nossa companheira.



Se nos fizemos um Caldeirão é só porque é preciso uma panela gigante para abranger tantas personalidades, tanto companheirismo. Na lista de ingredientes imersos nessa caldeira, agora faltará um. Mas, como com o sal, só uma pitada de alguns ingredientes é suficiente para fazer do gosto algo completamente único.

Levaremos para frente o nome de nossa amiga XX e lembraremos de guardar um lugar para ela junto aos primeiros bancos daqui a quatro anos.

Hoje, minha prece é para que haja paz para essa menina, independente do que isso quer dizer para cada um, e para que haja força e calma para aqueles que agora possuem o amor e a saudade em seus peitos.





Que as lágrimas não nos enganem...


Monday, October 04, 2010

"Senti sua falta
Antes de saber
Que era você
O lugar pra me esconder"

"Quando não estás aqui
Meu espírito se perde
Voa longe"

Sem título

I
A menina rabiscava papéis
A menina batia teclas
Contos cantados ou não
Faziam suas janelas ficarem encortinadas
Por que se deixaria um quadro para trás
Não entendia
Se se podia caminhar em pares
Por que partes partem
E portas batem
O caderno lhe restava
O caderno como um soldado
Guardava seu palácio
Um castelo de emoções
Tão sensíveis que era como de cartas
Caía e levantava toda hora
Mas o baralho não era mesmo
Mas o barulho não era o mesmo
Pobre do caderno suas folhas
Choradas chamavam sem vós
O bobo sentia falta da fada
Sua boca costurada pelo
Orgulho infantil ou medo adulto
Murmurava fantasias
Ela nada escutava

II
Como o motorista pode imaginar
Bater de frente ao ultrapassar
Cada um em sua via
Não se via, não se assobia
Enquanto não se está
Mas quando se volta
Não se deixa um adeus jamais
Pois a raposa te lembra da
Verdade adormecida tempos atrás
Se chocaram e assim
Chocaram um ovo
Guardando algo que a
Língua se enrola ao falar

III
O arlequino esperava
Dava fio ao tempo
A aflição era só porque sabia que
O fio é um só e a
Qualquer hora uma das três velhacas
Podem-no cortar
Respirava diante do espelho
Jamais embaçava sua imagem
Queria ser visto só pelas verdades
Guardara aquele local
Guardara aquele sol
Guadara aquela entrega
Tudo para ela
Guardara sem nunca cogitar mencionar
Mas quando era sua a fala
Viu a antiga mala
Cheia de blusas, mudas
Surda
Cega
Sem ser muda
Ela falava ao léu - se fosse a um Léo
Causaria menos estrago
Talvez

IV
Não esperava tanto cacau
O doce era para ser doce
Pena a realidade não
Realiza tudo que precisa
Entre tanto que se sentia
Algo ardia e algo
Entretanto sorria
Se não era o que se queria
A pretensão ainda não espantava
O encanto que havia
Naqueles dois
Por magia o sorriso arlequino
Brotava sem mascarar
Seu nariz já sentia o sereno
Mas a boca não se importava
Pois para ela aqueles dois
Em um só se conjugava
Não importava como
O nós era natural
Um pedido que
Aquelas almas faziam ansiavam queriam sentiam

V
Calma.
Se olha no espelho.
Calma.

Tuesday, August 17, 2010

Em postos de saúde, algumas coisas fazem sua mente rodar...

"Aspire os meus erros e os jogue fora
Limpe os vestígios, lustre os absurdos
Com esforço, talvez se tornem glórias" (Poema da Batalha - Transmissor)


Sabe aquela pessoa que construiu tantos momentos na sua vida? Sabe aquela pessoa que te dá colo enquanto vocês estão deitados só com uma leve luz acesa? Sabe aquela pessoa que te abraça tão firme que você ganha coragem para qualquer coisa? Sabe aquela pessoa que entrelaça teu estômago quando dá um nó na tua mão? Sabe aquela pessoa que acerta a surpresa que você adoraria ter de aniversário? Sabe aquela pessoa que desistiu de momentos sozinhos só para estar com você? Sabe aquela pessoa que acordou de madrugada e correu até sua casa só porque você ligou soluçando? Sabe aquela pessoa que não te deixa dormir com a cara amarrada? Sabe aquela pessoa que te disse para fazer aquilo que fazia suas pernas tremerem? Sabe aquela pessoa que te viu gritar quando você passou no vestibular - e gritou junto? Sabe aquela pessoa que fazia seu almoço enquanto você fazia um trabalho? Sabe aquela pessoa que dá o braço a torcer só para te fazer sorrir? Sabe aquela pessoa que te chama para dançar quando toca uma música boa no rádio? Sabe aquela pessoa que não se importa de chorar na sua frente? Então, doutor... sabe quando ela pára de fazer isso? O que é que eu faço?

Sunday, July 11, 2010

"My love is so articulate
My heart is such a mess"

Escolhas

Ainda hoje pensarei
Mais uma vez em você

Olho no espelho
Para não ter que me virar
Encarar o passado
Sou covarde
Por ser confuso

Olho no espelho
Tudo atrás de mim
Vejo embaçado
Estou sem óculos
Não acho que fariam diferença
Bambeio dentro de mim

O espelho me diz
Para sentir
Não tenho resposta
Apago as luzes
Corro

Corro em direção
A alguma coisa
Que dê à minha aflição
Morte súbita
Que a troque por outro
Tipo de angústia

Enquanto a luz clareia
Minha visão fica em penumbra

Uma foto a mais
Se faz

Tolice
Achar saber algo
Tolice
Achar que tudo se encaixa
Tolice
Achar que uma mão
Te dará a
Firmeza para o coração
Tolice
Enfim, tolice...

Se a mão não
Se estende
A firmeza
Se cria
Se os olhos se nublam

Tuesday, June 22, 2010

Durante um conversa na Faculdade...

- Pensa em um momento bom da sua vida e me diz alguma coisa que está nele.
- Um ônibus.
- Uma faixa etária.
- 19, 20 anos.

O ônibus (trechos)

Talvez, nos forcem a ir para a escola somente para que convivamos com outras pessoas além da nossa família. Afinal, são tantas coisas que aprendemos para não usar, nem sequer lembramos de tantas outras.
Bem, Pedro não sabia ao certo por que acordava todo dia às cinco horas e trinta minutos da manhã, mas fazia isso há tanto tempo e tantos o mandavam continuar fazendo que mantinha seu hábito.
Seus sonhos sempre terminavam com um grande terremoto. Conforme seus olhos se abriam via aquela mãe (impiedosa) o balançando e dizendo "Deus ajuda quem cedo madruga!" Ainda sem forças para dizer qualquer coisa, só pensava "Deus... humpf!" Ora, se Deus quisesse que acordássemos tão cedo assim teria feito alguma coisa dentro de nós para que nos colocássemos de pé assim que o sol encostasse em nossas pálpebras. Mas logo após se desculpar com o do andar de cima, dirigia seus xingamentos a Getúlio e se punha de pé.
Enquanto tropeçava em móveis da casa , se dirigia ao banheiro e abria chuveiro. Ah, agora sim começou o dia! Seus olhos estavam abertos e não mais levaria sua canela até a fria madeira daquelas mesinhas, cômodas e cama enquanto caminhava de volta para o quarto.
Vestindo sua roupa, ouvia sua mãe gritar que ele havia molhado a casa inteira. Gostava de implicar com ela e depois roubar-lhe um beijo e um abraço antes de ela - com um sorriso de dois andares - reclamar de seu bafo matinal.
Já atrasado, corria de volta ao banheiro, escovava seus dentes e se perfumava para sair correndo de casa e ver o ônibus ao longe se aproximando de seu ponto de parada. Era esse pedaço da manhã que ele mais gostava. Respirava fundo e dava um último pique na sua corrida para alcançar o ponto e já arfando e estendia o braço. Agora era Pedro quem abria um sorriso enorme. Desejava um bom dia ao motorista e passava pela roleta antes de alcançar com os olhos outro grande sorriso estampado em um rosto.
"Sempre chega suado, garoto..." era o que Júlia lhe dizia a cada dia de um jeitinho diferente. Ela nem estudava com ele, mas se conheceram por acaso em um dia chuvoso - sempre se deve andar com um guarda chuva, dizia sua mãe - e desde então conversavam durante seus caminhos cotidianos, já que seus pontos de parada não eram muito distantes.
É... definitivamente, a escola serve para nos fazer conhecer outras pessoas...
A conversa entre os dois fluia fácil por temas pessoais, filosóficos, capas de jornais e devez em quando Júlia até o ajudava com a maldita matemática. Porém, ao mesmo tempo que as palavras não se continham dentro de suas bocas, e assim sempre queriam o fazer, às vezes os dois se calavam e um estranho silêncio era criado naquele ônibus. Os dois não sabiam ao certo como agir mas logo o balanço do ônibus os punha tão próximos que as palavras se desengasgavam.
Aquele chacoalhar do ônibus era a dança cotidiana dos dois. Provavelmente, não há um casal que dance valsa ou tango todo santo dia, mas há vários que bailam de acordo com os motoristas dos coletivos. Dependendo do motorista, até sambam.
Após ser interrompido por professores, Pedro ajeitava seu cabelo e partia para o pontode ônibus, animado com o reencontro.
Assim seguiam seus meses letivos até que em certa semana Júlia se comportou tão diferente... Pedro não entendeu muito bem o olhar distante de Júlia, parecia tão triste, mas se recusou a falar o motivo daquele silêncio cabisbaixo. Ele tentava de tudo para animar amiga, criava até dúvidas de matemática que ele não tinha. Isso sempre a colocava para cima, mas dessa vez não surtiu efeito...
Foram quatro dias de angústia constante. No último dia da semana, Pedro decidiu se sentar em outro banco. Sem Júlia. Achava que tinha perdido seu charme, tornara-se chato e sem graça para amiga; e o pior era que não entendia o motivo disso. Júlia o olhou distante dela, conterceu o rosto e se sentou ao lado dele. Olharam-se nos olhos e ela disse um "não" tão carinhoso enquanto pegava a mão dele que quebrou todas as defesas que Pedro havia preparado.
Como homens são burros, tudo fazia sentido agora. Aquela mão estava tão quente e nervosa que se sentia até mesmo o coração batendo quando se tocava ela. Só não era possível dizer de quem era essa mão.
Pedro fechou seus olhos e se aproximou de Júlia calculando os segundos que demorariam até que seus lábios se encontrassem. Errou o cálculo. Esquecera que a dança do ônibus os anteciparia. Separaram-se e riram um do outro antes de voltarem a se beijar.

Sunday, June 20, 2010

Boa partida, Saramago... fará falta...

Uma Rosa

Certa vez, minha vó me contou uma história de um menino por volta da minha idade, com cabelos mais ou menos como os meus...
Esse garoto andando certo dia pela rua se deparou com um jardim lindo. O problema era que esse jardim estava cercado por grades e para entrar devia pedir permissão. Passou a pegar aquele caminho com mais frequência, até que se percebeu indo lá todo dia depois da escola. Só para sentir o cheiro daquelas flores. Só para ver aquele quadro tão bonito, que a cada dia se mostrava de um jeito.
Mesmo que passando por ali demorasse mais para chegar em casa e ouvisse sua mãe reclamando, vez ou outra, sentia algo mais forte, algo que o levava para lá.
Foi exatamente isso que um dia fez pular da boca dele "mãe, me deixa entrar naquele jardim?" O engraçado foi que ele nunca esparava que sua mãe, segurando-o pela mão, fosse levar seu pequeno corpo tão amedrontado até lá. Aquela mão lhe deu tanta segurança. Mal sabia ela o medo que ele sentia daquele jardim. Um medo que existia sem motivo a não ser pelo medo que nós temos de tudo que é maior que nós mesmos.
Enquanto dava os primeiros passos por aquele jardim tão grande, logo se deparou com uma flor que lhe chamou atenção.
Era uma rosa. São sempre as rosas. Essas danadas que simplesmente exalam perfumes...
Aquela rosa possuia pétalas tão simples e tão bem arrumadas. Formavam um desenho lindo. E possuiam tanta cor! Ah, era um rosa tão único que nunca antes lhe havia passado na cabeça que o rosa podia representar tão bem a vida. O menino logo se apaixonou pela rosa.
Esperava, então, o tempo passar para se encontrar com ela.
Aos poucos, ela foi se apaixonando também e os dois brincavam de trocar carinhos e delicadezas, olhares e anseios. Cada um da sua forma, dizia para o outro tudo que se pode ser dito.
(...)
Mas como ninguém conseguiu segurar o tempo ainda, a rosa foi se tornando vermelha e o menino foi se tornando complicado.
Quando ele viu de novo aquela rosa, não teve dúvidas ao a reconhecer. Podia ter mudado de cor, mas era a mesma rosa de antes.
Então, o menino se deixou levar pela sua vontade cega e foi logo abraçando a rosa em seus dedos enquanto a puxava para fora do jardim. A rosa resisitiu o tanto que pôde para sair da terra e quando não aguentou mais acabou por furar o dedo do menino.
Ele, com uma lágrima no olho, não entendeu por que a rosa o deixaria chorando. Voltou para casa correndo e se escondendo da mãe foi se olhar no espelho. Talvez tenha se encarado por um minuto, talvez tenha se encarado por umas horas. O fato é que logo em seguida ele saiu em mais uma disparada para o jardim. Procurou sua rosa e demorou até a encontrar.
Ela estava se escondendo. Sem uma pétala, ela não queria mais os carinhos do menino. Ele tentou explicar, falou que seus carinhos eram honestos e sinceros, que todos cometem enganos. Ela não ouvia, só conseguia pensar no que ele havia feito a ela. Não podia deixar ele pensar que estar em um vaso era o que ela queria. Ele, por outro lado, falava que não era essa sua intenção, seu desejo. Falava. Mas de que valem as palavras? As palavras só nos servem para serem alguma lembrança após nossa partida.
Ela não o ouvia. Ele não sabia o que fazer.

Friday, June 04, 2010

Ode a Ti

E é por isso que eu te odeio
Sempre, sempre te odiei
Desde o primeiro dia que te vi,
Te odiei.

Odiei o cheiro que você trazia para perto de mim
Odiei saber como era cada fio do teu cabelo
Odiei sentir teu corpo tão perto de mim
Odiei recusar tua boca quando colada na minha

Te odeio porque
Tudo que falas e fazes
É sempre certo.
Te odeio porque
A razão é mais tua companheira.

Te odeio por mimo menino
Que me foi dado.

Te odeio por ter esperado
Que eu falasse o que também queria.

Talvez, te odeie para sempre.
Sempre te odiei em silêncio.
Talvez te odeie só em sonhos.

Só me odeio por ter demorado tempo demais
Pra saber e dizer o quanto te odeio.

Saturday, April 17, 2010

Percurso

I
Não vou chegar à minha
Casa de praia
Sem antes caminhar por
Todo o Litoral

Quero a força da onda do mar
Derrubando minhas paredes
Quero o frescor das brisas
Renovando meus anseios
Quero o mar me tragando
Me levando para longe dessa casa...

II
Tempo, sim,
Me abata,
Mas não me bata.
Não me dê sofrimentos
Maiores do que os naturais.

Que o peso das minhas histórias
dobre minha coluna
Que a corrida disparada em socorros
lentifique meus passos
Que força dos meus abraços
acalme minhas mãos
Que a insistência em genialidade
evolua meus pensamentos
Que as lágrimas por meus amores
reforcem meu espírito

Saturday, April 10, 2010

A Marca

Andavam sempre juntos aqueles dois meninos. Aproveitavam todas as cores que lhes eram mostradas e deleitavam-se quando degradês surgiam para eles. Aquele mundo era grande demais e eles amavam sambar por tantos caminhos.
Tudo era tão enorme que se tornava impossível apreciar cada detalhe ao mesmo tempo. Selecionavam, tinham que.
Aqueles dois meninos, aqueles dois olhos estavam talhados num rosto. Eram um par que definiam a perfeição daquela face. Eram um par que quando calmamente olhados pareciam um horizonte.
Tinham o mar dentro de si, o mar e todas as suas tenebrosas variações. Tinham o céu dentro de si, o céu e toda aquela infinitude de se perder a voz. Eram um horizonte que não se reconhecia, não era possível saber onde estava a linha que dividia céu e mar - talvez, não houvesse, seriam um só.
Mas a imensidão desses olhos deixava ecoar um grito. Uma voz que se ouvia baixa. Bem baixa. Mas uma voz que naquela amplitude ecoava. Se você prestasse a devida atenção, aquela voz te chegaria alta arrombaria teu coração chutaria tuas idéias levantaria teu cansaço matava tua co...
A voz devia ser esquecida. Afinal, era uma voz que estava nos olhos e todos sabemos que lugar de voz é no ouvido ou na boca. Então, aquela voz estava errada. Devia estar. Tinha que estar...
Os pobres olhos não entendiam muito bem o que estava acontecendo com eles, passaram a vida recebendo ordens e as obedecedendo. Porém, agora não estavam muito certos do que fazer. Seus comandantes os confundiam.
Nem a massa cinzenta, nem a massa vermelha sabiam ao certo o que queriam daqueles garotos. Uma hora os mandavam fazer uma coisa, noutra já não tinham certeza do que haviam feito.
Era tudo uma confusão! Um verdadeiro nó cego!
Os olhos então se depararam com a sutileza do pensamento. Se viam olhando o passado. Ele era tão cheio de imagens... Cheio de sons, gostos, abraços...
Havia tanto passado para ser olhado. Tanto por tanto tempo sem ser dito, sem ser aceito. Tanto havia sido encoberto.
Os olhos estavam congelados. Estavam parados já fazia algum tempo. Se emudeceram com tudo aquilo. Não sabiam para onde deviam olhar.
O rosto da menina mostrava que ela era menor do que tudo o que estava sentindo e isso a deixava aflita. Não queria a dor para ela nem para ninguém.
Os olhos estáticos lembravam as cenas de sua história e faziam com que o futuro fosse ainda mais impossível de ser previsto.

Saturday, April 03, 2010

De novo?!

Era tudo surreal.
Seu coração era uma máquina, uma enorme e potente máquina. Uma multinacional jamais teria um equipamento que fosse capaz de trabalhar tão rápido e tão forte. Dava para ouvir de longe o som de suas batidas. Cada vez mais rápidas e mais fortes. Seu sangue ía escorrendo pelos seus vasos e ele podia sentir aquele palpitar até na ponta de seus dedos.
Seus olhos não sabiam se se fechavam ou permaneciam abertos. Se fechados perderiam a noção do que estava acontecedo. Se abertos não entendiam nada. Fechados deixariam ao corpo todo o sentir. Abertos tentariam gravar, analisar alguma coisa.
Suas pernas eram imóveis, completamente estagnadas. Solidificadas como uma obra bêbada de Michelangelo. Ao mesmo tempo, eram pura energia! vontade de correr, disparar! Ao mesmo tempo, vontade de enlaçar, atracar.
No peito que já rufavam tambores, o ar preenchia com dificuldade aquele espaço. Não era suficiente, jamais seria o suficiente para tudo aquilo. Mas o ar insistia em entrar. Passava descendo como uma calma brisa. Aquilo certamente não era momento de calma.
Sua boca tremia. Levemente, ela sambava em palavras e vontades. Sambava desengonçada como o menino que está aprendendo o que é música. Para onde ela devia ir? Se falasse diria alguma coisa? Mas pode falar e não ser bom. Pode fazer e ser repudiada. A boca sofria! Perdera o poder de escolha. Estava talhada por um sorriso que não a permitia muitas coisas.
Mas os braços...
Os braços eram os mais aflitos! Não sabiam se deviam se mexer!... A força que possuiam estava bamba. Movimentavam-se como os braços de um equilibrista prestes a cair. Eram nervosos, conheciam o caminho, o percurso que deviam fazer, mas de repente desaprederam. Subitamente, testavam a força, o toque. Ah! eles experimentavam o sentir! Conseguiam sentir tudo, queriam aquilo para sempre!
Mas o coração voltava ao normal, os olhos ganhavam foco, as pernas achavam seu chão, os pulmões se enchiam, a boca sentia o vento bater e os braços pendiam ao lado daquela figura tosca... O abraço havia terminado.
Agora ela já deixava novamente o corpo dele sem aqueles braços, sem aqueles laços que lhe davam tanta segurança.
Ele não entendia por que ficava tão congelado toda vez que aquilo acontecia. Não entedia por que seus braços e pernas e mãos e olhos e boca ficavam assim tão desnorteados. Da próxima vez aproveitaria ainda mais aquele momento, seria menos espantado. Ele se prometia isso! Ele se prometia isso toda vez que aqueles braços chegavam perto. Mas jamais foi capaz de cumprir.
Queria de novo, queria mais!

Tuesday, March 23, 2010

Um tanto de ficção, um tanto de verdade, um tanto de metáfora.


Sem título

Ela se olhava no espelho. Eram vinte e cinco anos que estavam na frente dela. Sentia aquela cheiro de maquiagem chegando ao seu nariz enquanto deixava suas maçãs vermelhas. Não precisava de nada daquilo, se Marina não usasse nenhuma maquiagem já seria admirada por todos. Mas entraria em cena hoje e quando cantamos devemos estar com uma presença forte.
Era uma noite qualquer para a cidade carioca, mais um dia de purgatório da beleza e do caos. A rua estaria calma se não fosse pelo movimento do bar no qual Marina se apresentaria. Se não fosse o tac-tac que os passos nervosos de um homem causavam naquele chão.
Ah, era mais um dia de cantoria! As pessoas adoravam a voz de Marina e parecia que a sua voz ficava cada vez mais impressionante só porque era elogiada. Seu microfone de estimação estava no lugar, na altura certa, sua voz estava aquecida. Começaria com o violão tocando sozinho e depois cantaria sua música favorita - não sabia ao certo o motivo mas queria começar bem aquela noite.
Quando o violão berimbou a última nota de Powell, se ouviu da multidão uma voz um tanto desafinada que ousava se fazer ouvida. Muito bem ouvida. E, por uma pessoa, ela foi reconhecida. A voz começava uma música chamada Beatriz. Do seu jeito desafinado ele convidou a estática Marina a continuar o que ele jamais faria belo.
Ela tinha os olhos azuis, talvez verdes, parados. A boca trêmula. As mãos com uma vontade de tocar aquele corpo e ao mesmo tempo fugir daquele toque.
Ela continuou a música. Cantou com a voz bêbada por algo que não sabia explicar, nem ela, nem ninguém conseguiria entender.
"Se ela dança no sétimo céu. Se ela acredita que é outro país. E se ela só decora o seu papel. E se eu pudesse entrar na sua vida?"
Sabia exatamente quais eram os versos que saiam da boca dela e quais saiam da boca dele. O olhar dele não balançava. Olhava fixo, sabia que teria que aproveitar agora a oportunidade que perdeu anos atrás de falar com Marina o quanto a amava.
"Sim, me leva para sempre, Beatriz. Me ensina a não andar com os pés no chão, para sempre é sempre por um triz"
Sua voz desafinada tomou o lugar da de Marina. As luzes baixas do bar davam a impressão de que naquele momento só havia os dois ali. Os copos, pratos, garfos e facas começaram então a ganhar vida e dançar para os dois.
"Ai, diz quantos desastres têm na minha mão, diz se é perigos a gente ser feliz."
Estavam distantes, nenhum dos dois se aproximava. Nenhum dos dois conseguia dar aquele passo. Talvez por não sentir a perna, talvez por sentir muita coisa.
"Se ela um dia despencar do céu? E se os pagantes exigirem bis? E se um arcanjo passar o chapéu?"
Ele sabia que um dos arcanjos que cruzou a vida de Marina já havia lhe mostrado como um guardião pode fazer tão mal. Ele não queria fazer isso. Ele queria provar a ela que era diferente, que dessa vez ele estava ali do lado dela para dar tudo que ainda não havia admitido.
"Se eu pudesse entrar na sua vida?"
Foi assim que a música se terminou. Aquela voz desafinada, parecia tão errada de ser escutada, tão perigoso de ser escutada. Será que vale a pena? Marina não se mexia. Só seu vestido. Seu vestido ía para frente e para trás. Ela sentiu ele tocando sua perna e imaginou que poderia ser a mão dele em vez de um vestido. Isso disparou seu coração, só de imaginar o toque dele já ficava nervosa.
Foi ouvido um sussurro. Os talheres e copos estavam congelados, esperando o que acontecia. O sussurro dizia a Marina "você é aquela que faz os outros felizes". Ele se aproximava enquanto pensava no que mais dizer. Havia ensaiado tanto mas estava incomodado por algo que o fazia esquecer as palavras. Sentia o batimento de seu coração em todas as partes do corpo. Sentiu o cheiro da brisa do mar, relaxou. Sabia que mais palavras só confundiriam a boca que falava. Deixou tudo para os olhos. Estendeu a mão e ficou esperando a de Marina.
Mas a dela não se mexia. Será que havia feito algo errado? Escapou de seus lábios "confia em mim, menina. Estou aqui para te levar para conhecermos a vida. Para te levar para sempre."
Como poderia ela saber o que fazer? É injusto a vida dar decisões tão importantes a nós mesmos, por que não pode haver alguém para se preocupar tão somente com nossos caminhos? Nada fazia sentido. Marina pensou em seu passado, relembrou o cheiro dele. Como era bom. Desceu do palco sem lhe dar a mão. Cambaleou em seus saltos, nunca havia achado estar tão preparada assim para ser aquela mulher que o show lhe pedia, que a vida lhe pedia. Chegou bem junto do corpo dele a ponto de conseguir sentir o leve encostar de seus corpos. Ele não se mexia, seu braço ainda estava estagnado como há momentos atrás. Ela deixou seu nariz a guiar ao pescoço dele. Sentiu aquele cheiro. Como era bom. Seus lábios foram até bem perto da orelha dele.
- Você nunca vai me enganar?
- Só quando fingir que estou com raiva de você.
As bocas se aproximavam, já haviam feito aquilo uma vez. Pareciam guiadas por si, pareciam aflitas por aquilo, esperavam essa oportunidade há muito tempo.
Há quem pensou que foi tudo uma grande encenação de Marina, "a cantora é também atriz!" Mas desde então ele nunca deixou de estar no palco com ela. Algumas vezes, tocava um instrumento; em outras, ajustava o equipamento. Quando achavam que ela estava sozinha, ela pensava "bobos, não sabem quem está na coxia."

Thursday, February 11, 2010

É como se eu estivesse em um quarto escuro e pela fresta das cortinas entrasse um feixe de luz. Não há como não ver. Como negar.

Eclipse


No início de tudo só havia o Sol e a Lua. Não existiam as estrelas, nuvens ou outros planetas além da Terra. Então, todos os animais que viviam na Terra se admiravam com o Sol e a Lua e passarm a acompanhar suas histórias de perto.
Um certo dia, a Lua se viu muito sozinha, afinal tudo que ela conhecia estava tão distante dela, não podia nem alcançar. Muitas das vezes, não podia nem enxergar o que havia na Terra pela própria escuridão que trazia consigo. Ela se sentia mal pois aquietava os bichos e os fazia encolher de frio.
O Sol era admirado pelos animais, os aquecia, os movimentava, mas... era outro solitário. Apesar de o Sol estar tão distante da Terra, ele jogava seus raios até aqui porque acabaou se divertindo com o que via. Todos aqueles seres pequenos... juntos. Como eles conseguiam? Como seria ter alguém?
Porém, um dia foi diferente. Acaso. Coincidência. Destino.
Algo fez com que o Sol e a Lua se encontrassem. Em um universo tão espaçoso... eles se encontraram.
Os animais, que conheciam ambos, ficaram boquiabertos com o sentimento que aquele encontro trazia a eles. Era um calor que apesar de quente era refrescante ao coração. Era como se se pudesse sentir o sangue banhando todo o seu corpo.
Sol e Lua se completavam. Perfeitamente.
Dessa união fantástica inexplicavelmente surgiram figuras, adereços à Terra e ao Universo.
Planetas se aproximaram da tríade Sol, Lua e Terra. Se criaram para embelezar o momento. As várias estrelas começaram a brilhar ao entorno da Lua. Cintilavam para deixar tudo mais encantador.
As nuvens finalmente se formaram. Surgiram bichos com o que se chamou de "asas", esses animais voavam o mais alto que podiam só para ver o encontro de amor entre Sol e Lua.
Amor. Um encontro que nem o Sol, por ser bobo, e nem a Lua, por ser feminina e misteriosa, ousavam batizar com a palavra amor.
Então, criaram um nome próprio. Só para eles. Criaram uns versos só para eles. Ouviam uma melodia só para um lembrar do outro. Era tudo só para eles, só faltava um ser realmente do outro.
Enquanto isso, todo o restante do Universo apelidou aquele encontro de Eclipse.
Pena.
Por não se revelarem um ao outro, Sol e Lua acabaram se encantando por outras coisas. Aves, estrelas, planetas. Foram se deixando. Foram se desconhecendo.
Era o fim do Eclipse.
Passaram a ser poucas as vezes que os dois se encontravam. Sempre acaso. Sempre acompanhados. Aves, estrelas, planetas, esses eram os pares que traziam.
As nuvens se negavam a ver o fim daquilo. As nuvens sabiam que não havia terminado. As nuvens decidiram sempre falar à Lua sobre o Sol e ao Sol sobre a Lua.O tempo foi passando como sempre há de passar e enquanto as nuvens esperavam, foram conhecendo a tristeza. E, por não ser possível suportar a tristeza sozinho, as nuvens criaram a chuva. Agora os animais se abrigavam e se escodiam em épocas molhadas. Nesse tempo, pensavam sobre a vida, refletiam e compartilhavam a tristeza com mais frequência que outrora.
Alguns dizem que certo dia o Sol assumiu seu amor pela Lua. Era tarde demais. A Lua, sempre tão desmedidamente linda e cheia de encantos, estava embriagada por um planeta que o Sol desconhecia.
O Sol teria então retornado sepre em turnos marcados até a Terra, deixando à Lua a opção de encontrá-lo quando quisesse. Se um dia quisesse.
Em silêncio, o Sol teria feito uma prece, o desejo mais forte que se poderia fazer. O Sol desejou tudo de bom à Lua, todo o amor que ele queria dar a ela, desejou que ela algum dia o recebesse por outros braços, ainda que desacreditasse na possibilidade. Desejou também criar e fazer florescer magníficas flores de várias cores, formas e tamanhos para que a Lua as admirasse quando fosse visitar a Terra. O Sol pintava um mundo de fantasias, uma Terra do Nunca cheia de cores e imagens que esperava apresentar um dia à Lua.
A Terra espera pelo Eclipse final, pelo encontro de amor mais bonito que todos já conheceram.
Sol e Lua juntos em um momento de raro esplendor.

Friday, June 12, 2009

...

O Cão


O cão, tão bobo, se distrai
Com pequenas coisas
E pede somente atenção.
Se o atencioso soubesse do perigo
De se ter um fã tão voraz
Como o cachorro,
Talvez negasse o carinho corriqueiro.

O cão, tão bobo, se leva
Pela mão que o acaricia
Sem planejar a Sorte por vir.
Se entrega ao prazer fugaz
De um cheiro bom e
Se o agradam com o diferente,
Como comida de verdade,
O cachorro pula e late de felicidade.

O cão, tão bobo, não tem a malícia
Do gato!
Mal chega um atencioso novo
E ele dispõe sua barriga.
Afagos e mais afagos.
O cachorro foi logo comprado.

Mas, no fundo,
O cão sabe que aquilo é só um flerte.
Sabe que a visita se vai.
E retorna ao amor pelo seu dono.

O cão, tão bobo, se interessa
Pelo dono até quando ele o despreza.
Busca carinho, atenção.
E fica ao lado esperando ser notado de novo.

O cão, tão bobo,
Corre atrás do próprio rabo.
Mas o que pode ele fazer
Se o rabo faz parte dele?

Quem explica?...

Casa

E antes que tudo se queime, eu busco nessa casa antiga os retratos que eu tenho,
As fotos que irão calar tudo que vem me atacar.
E por mais que eu tente não consigo perder a chave dessa porta.
Então, me diz como você conseguiu mudar as minhas coisas de lugar,
Esse era meu lugar e ninguém mexia nele.
Me diz como você conseguiu conhecer tantos armários e gavetas.

E meu cobertor ainda está com o cheiro do perfume que eu te dei.
E meu casaco ainda guarda o bilhete de amor que você me deu.
E minha sorte ainda guarda o brilho dos olhos teus.
E minha calma ainda ainda vive pelos teus sussurros ao pé do meu ouvido.

Mas esse era o meu lugar e falta alguma coisa.
Essa parede não era assim.
Esse vaso não é daqui e essa flor está murcha.
Falta alguma coisa por aqui.
Por que você não está aqui?

Eu sou você e teu corpo respira pelo meu;
É meu o teu sangue e é seu o meu destempero;
É minha a tua boca e é seu o meu peito.

Essa casa antes era só minha
E agora que ela é tua também
Você partiu.

Mas se a cruz que você carrega é pesada,
Eu te levanto e resguardo, mesmo assim.

Thursday, December 11, 2008

Sangue

Os viúvos de um Setembro

A noiva havia casado mais uma vez
Mas dessa vez...
Que marido!
Era terno, doce, a afagava...
Nunca houvera homem para ela como aquele.
Prometera tudo,
Como todo apaixonado,
E trazia flores de vários tons,
Flores de vário tipos,
Todas com um mesmo cheiro.
Que perfume!
Ah! que perfume!

Por que, Deus, todo convívio é imperfeito?

Logo, veio o tempo e a exigência,
Quer-se sempre mais...
E, aquele marido
Talvez não pudesse, talvez não queresse,
Dar mais e mais...
Talvez, quisesse ele mais calma.

Mas vieram as birras
Os bicos
As manhas...

O homem se refugiava em amigos.

Tantos ombros estavam ao seu redor
Que não sabia em qual chorar
Só sabia que todos! estavam lá

Mas veio o tapa

Queimava-lhe o rosto e ardia e ardia e fervia
Buscou abrigo daquela briga em si
E, quando viu de novo a realidade,
Seu amigo deitava com sua noiva...
A fazia dele e acariciava seu sexo
Com metal frio, que ela,
De olhos fechados,
Só veria mais tarde.

E veio a angústia
E veio o medo

O céu era desvirginado
O chão ardia em brasas
A mulher, sentada em casa
As pilastras caiam em Dó grave
O sangue escorria do peito
A mulher, sentada em casa

Monday, November 26, 2007

Tempo...

Para alguém que já se foi e não será lembrado por muitos porque não conheceu tantos, mas ficará sempre com aqueles a quem tocou.
Alguém que se foi cedo demais... Demais...
Para ele que me fez tudo que sou...
Para ele que me fez tudo que sou...
Beijos maninho.



Sem Nome

"o sândalo perfuma o machado que o feriu"

(...)

Olha, olha só o sol,
Ele está brillhando tanto hoje.
E o cachorro que passa correndo,
A criança que passa sorrindo...

Olha, olha lá,
O carrinho na mão do bebê,
A cabeça raspada,
O choro da mãe...

E a nossa esperança
Por aqui anda tão fraca...
Descobri, quando cresci,
Que todos têm medo,

E eu agora não
Tenho mais medo
De ter medo
Pela tua ausência...

Tá bom,
Eu aprendi a mentir.

Mas quer saber,
Eu sei que, de verdade,
Você está bem aqui,
Do meu lado, dentro de mim...

Monday, November 19, 2007

Fim Do Eclipse
A tarde acabada, a noite se pendura,
O vento bate, a palavra ecooa,
A ferida arde, o tempo passa,
O mar sobe, o Sol vai para longe.

O eclipse acabou,
Todos voltam ao normal.
Só mais uma aventura,
Uma marca. Quem sentiu não esquece.

O Sol irradia como sempre...
Quem, afinal, pode ver a diferença?
Quem pode ver que ele não brilha mais por amor?

A Lua, de longe, não vê o Sol.
Está feliz, mesmo longe dele,
Ao redor de suas estrelas.

Saturday, June 16, 2007

“Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachadoPara fora da possibilidade do soco ;Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

Toda a gente que eu conheço e que fala comigoNunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho, Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida...

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?”



Com Cheiro De Flores

Estou em um campo de concentração.
Pessoas batem as cabeças agora.
É hora do almoço.
Nenhum pai, avó, irmã me chama.
Nenhum amigo faz meu corpo ter força agora.
Pessoas batem as cabeças.

Estou sentada no vil e disforme colchão
Olhando tua foto, meu precioso bem.
Repouso feliz em teus sonhos esta noite.
Chegam roupas novas de tempos em tempos,
Mário, Luís, João, Clementina, Carlos.
Que pena.

Sonho com tua boca; mesmo com olhos abertos
Me vem a cabeça como estarão teus bracinhos.
Gorduchos olhinhos brilhantes, cheios de esperança.
Vai ter um mundo a tua frente para conquistar.

Quando voltar eu comprarei lindos vestidos,
Quando voltar dançaremos juntas no parque,
Quando voltar eu sorrirei bem ao teu lado,
Quando voltar eu terei teus olhos enfim.

Contudo as noites não morrerão,
Sonhos quando vêm, não se vão;
Passam por qualquer barreira,
Até mesmo a humilhação.

Com todo esse espetáculo, minha cabeça
Embriaga-se de poesia de novo.
Mas sei que ergueremos no patamar nossas
Paredes sólidas, sem gravatas marcadas.

O sinal tocou, acabou o almoço.
Acho que demorei demais para cortar tão certinho
As últimas linhas, só por tentar desenhar.
Agora vamos tomar banho,
Mas logo voltarei para terminar...




Menina, agora quem fala é uma grande amiga: Joana.
Sua mãe não voltou do banho, ao invés de água, hoje foi gás. Mas saiba que ela estará sempre presente.
Não se preocupe. Não sei fazer nada como isso para terminar com minhas palavras o que não comecei. Mas, como amiga, envio-lhe a última lembrança. Boa sorte na vida, pequenina. Espero que seja tão linda assim e que nunca deixe seus sonhos morrerem pelo medo do fracasso.

De tua mãe e uma amiga que nunca conhecerá.
Viva!

Sunday, June 10, 2007

Que Paz


Mas ‘você e eu’ já é tão grande,
Tudo já é tão nosso.
Tanta coisa que eu não fiquei esperando passar...
E por entre os cercados as flores crescem
Sem o mal do tempo,
Sem a clareza do sol
Nem a pressa das pessoas.

E qual o sentido de qualquer palavra
Se não apenas ser melhor quando não dita,
Já que tudo que falas é o que sentes?
Ai, ai...
Ai, meu Pai...
Dai-me a paz...

Na noite serena, brotar frutos de laranjeira.
Quando no nosso olhar, brilhará a prata da semente,
Cheia de vida, cheia de morte.
E tudo passa a ser de verdade,
Sem rimas para suportar qualquer beleza,
Sem descaso para sufocar qualquer insanidade de felicidade.

Liberdade. Sem abrir os olhos
Vi seu sorriso. Como que naquele momento de sofrimento.
Então tira o que pode,
Leva o que me prende,
Ai, ai...
Ai, meu Pai...
Dai-me a paz...

Nem todo tempo é tão curto,
E 'pra sempre' pode existir...
Gosto de romãs, sabor de fruta melada cheia de caldo
Escorrendo pelos dentes, mas nada se perde
Na mesma noite serena que irriga nossos pecados
Ai, ai...
Ai, meu Pai...
Dai-me a paz...
Menina de olhos oceânicos

Eu quero saber se posso domar o mundo
E desafiar o tempo com minha espada de madeira;
Rebater os medos com socos e garras.

Eu quero saber quantas vezes mais direi adeus,
Por quanto tempo vou ficar chorando,
E até, se vai doer muito quando eu tiver de lhes dizer adeus.

Eu quero saber se você vai um dia reparar no meu peito.
Nesse corte aberto que ficou preenchido com pó
De estrelas que abriram meu céu e o rasgaram em dois.

Eu quero saber dessas pessoas que vagam entre minha vida.
E quantas vezes mais vou acabar por machucá-las?
E até quando elas vão conseguir me escutar?

Eu quero saber dos transeuntes que se esbarram
E não vêem a cidade ao seu redor, poderei ajuda-los?
Mundo de hipocrisia coberto de agnosis.

Quando, quando eu vou ter de fato uma verdade sobre tudo?
Como eu posso ter certeza do que faço?
Será que estou todo contido em uma célula?
Por quantos universos estou presente e como pode
O passado o presente e o futuro estarem acontecendo ao mesmo tempo?

Quem sou eu? Quem sou eu?
Eu só quero saber se um dia vou conseguir te ter
Em meus braços para que não me preocupe mais
Com perguntas que não acharei respostas;
Para que possa seguir com calma meu mal traçado rumo.

Se um dia achei que andariam separados e paralelos tais sonhos,
Agora acredito que são incapazes de se soltarem.
Porque a paixão se entrelaça com os desejos desapropriados de um coração
E faz mover a roda gigante que gira, gira, gira...
Gira mundo, gira tudo, tudo...

Thursday, April 05, 2007

Acabei a tal música. Mas deixa ela guardadinha. ;)


Mundo meu

Vagando por entre o beco da monotonia
Divaga-se sobre o céu e o inferno,
O caos e a borboleta.
Pobre borboleta.
Culpada por tanta tristeza.
Pobre dessa tal borboleta.

E a filosofia encontra um canto,
Junto com um pouco de poesia,
Um calibre de álcool,
Uma dose de ar,
Um mentor ausente.
E a noite vai conjugando o pensamento.

Mundo da lua.
Cheio de paz e tranquilidade,
Agora vive dominado pelos cosmonautas,
Lixos e governos.

Mundo da rua.
Cheio de esquinas e bares com alegrias e romances,
Agora vive infestado de solidão,
Dor e bobagem.

Vivo no espaço ou vivo na Terra?
Vivo no meu mundo
Pra conseguir escapar de tanta miséria.

Até que se dane essa tal de miséria,
Prefiro aproveitar o colo do sonho.
Porque entre a consciência e o
Desespero insano caótico,
A linha é tênue.

Thursday, March 22, 2007

"Platus" "Plutus" "Guerra"

Estou preparando uma nova música, prometo que vai ficar muito boa!! Assim que estiver pronta (falta a parte melódica etc, a letra já está pronta) vai estar aqui!!
Dou esse aviso só porque tiveram diversas pessoas que falaram que vêm aqui mas não postam. Então, para não perder audiência, deixo o comunicado.
=)

Por hoje tento ser breve:
Mate toda sua opinião, destrua tudo o que você pensa. Não porque está errado, ou mesmo porque não me convém, mas sim para que você aprenda, de verdade, a pensar! Pensar não é enxergar a faceta do problema, é dissecar o mistério e observar cada detalhe e funcionamento. E, somente assim, poderemos achar uma opinião. Ou melhor, diversas opiniões. Mas quem disse que todos temos que convergir para um mesmo pensamento?...
Pensemos e amemos. Nunca amemos somente. Nunca pensemos somente. Senão, não viveremos!

Friday, March 16, 2007

Mãe, mãe! Salva-me!!

Bendita é a Mãe


E quem será a viúva
que se absterá da herança?
E quem será a família
que se absterá do seguro?
E quem será o filho
que se absterá da outra casa?

Bendita é a mãe
que perdoa o assassino!
Bendita é a mãe
que chora sem dinheiro!
Bendita é a mãe
que enterra o filho!

Friday, March 02, 2007

Pombow!

Um post duplo!
Esse poema e o do post logo embaixo.

Esse é dedicado para todas as crianças bem nutridas que nossas novelas mostram!


Criança Crescida Sem Crescer

Bonito é tua mão calejada
Bonito é tua alma cansada
Bonito é teu olho com água
Bonito é tua cara queimada
Bonito é teu pouco escola e muito vida
Bonito é tua força
Bonito é teu sorriso

Porque és puro sendo criança
Porque és inocente de todo pecado que venha a cometer
Porque és inocente de todo pecado que te cometeram
Porque és singelo no ter e senhor do viver
Porque és tão coitado quanto admirado
Porque és discriminado e não pede para pagarem o pecado
Porque és marcado com ferro quente
Porque és injustiçado
Mas nunca fracassado!

Inércia

Carta Para Brasília

Acorda, Dona Maria!
Sr. Borges tá por aí
E a senhora no cafofo com o fogão,
Tudo enferrujado e quebrado!
Ensinando clemência pras tuas crianças.
E se elas virem que Deus não quer esse mal?

Acorda, Dona Maria!
Acorda que toda essa dor e sofrimento,
Que tá voltando, logo vai acabar!

Acorda, Dona Maria!
Não se faz de humilde e seja hipócrita,
Pensa nessas crianças.
Pensa nas batalhas do apssado que você já ganhou.
Por que você foi se dar assim?

Acorda, Dona Maria!
Acorda e luta do nosso lado.
Acorda que essa juventude vai crescer e mudar!

Acorda!
Acorda!
A corda...
A corda.
A corda!

Eu dou a corda.
E agora, como fica,
"Seu" Borges?!

Wednesday, February 21, 2007

Rapidinhas

Abrigo

E se abriga no cômodo que
O conforta.
Porque o único abrigo de quem pensa é o cansaço
Que retoma o sono
Trazendo o sonho.

Verità

Verità

E brinco de sorrir e de chorar
E brinco com você

E te frusto
E te preocupo
E me desculpo.

Perdoa minha insensibilidade.
Perdoa, nunca vou te amar.
Mas é tão gostoso só fingir,
Só brincar.

Monday, February 05, 2007

Wave Goodbye

Atenção à pontuação...
Consegui fazer algo cíclico?...


Escolho Não Ter Amor

, por isso é melhor não ter.
Afinal, quando temos, podemos perder...
Quando temos tanto, sempre e com tal zelo,
Ao perder, sentimos mais...

Portanto, prefiro, e escolho, não ter.
Escolho não querer ter amor,
Assim, e somente assim, não sentirei dor.
Sim, eu sei, mas pelo menos
Sem sentir prazer não vou mais doer

Friday, February 02, 2007

Take My Hand

Porque, às vezes, nosso despero é tão grande e nossa aflição tão desesperada que achamos uma só resposta...

Que Paz?!

Mas ‘você e eu’ já é tão grande,
Tudo já é tão nosso.
Tanta coisa que eu não fiquei esperando passar...
E por entre os cercados as flores crescem
Sem o mal do tempo,
Sem a clareza do sol
Nem a pressa das pessoas.

E qual o sentido de qualquer palavra
Se não apenas ser melhor quando não dita,
Já que tudo que falas é o que sentes?
Ai, ai...
Ai, meu Pai...
Dai-me a paz...

Na noite serena, brotar frutos de laranjeira.
Quando no nosso olhar, brilhará a prata da semente,
Cheia de vida, cheia de morte.
E tudo passa a ser de verdade,
Sem rimas para suportar qualquer beleza,
Sem descaso para sufocar qualquer insanidade de felicidade.

Liberdade. Sem abrir os olhos
Vi seu sorriso. Como que naquele momento de sofrimento.
Então tira o que pode,
Leva o que me prende,
Ai, ai...
Ai, meu Pai...
Dai-me a paz...

Nem todo tempo é tão curto,
E 'pra sempre' pode existir...
Gosto de romãs, sabor de fruta melada cheia de caldo
Escorrendo pelos dentes, mas nada se perde
Na mesma noite serena que irriga nossos pecados
Ai, ai...
Ai, meu Pai...
Dai-me a paz...

Thursday, February 01, 2007

Just leave me alone, ok?!

Obrigado a quem comenta aqui... ;)


Um Amor Que Esprema Espinhas


Quero um amor que esprema minhas espinhas,
Que me dê carinho de dia
E zele por mim todas as noites,

Entenda que não sou o mesmo da noite passada
E não se assuste com minhas vontades,
Saiba me amar, mesmo sem
Ter certeza do caminho,
E mesmo assim, se mantenha minha,
Respeitando minha hipocrisia que não consigo te contar.

Um amor que veja o calo que eu tenho no dedo,
Que perceba a mania que tenho com minhas unhas,
O lado para o qual meu sorriso desponta quando abre
E o jeito de me fazer sorrir a qualquer hora...
Quero um amor que esprema espinhas.

Wednesday, January 31, 2007

Left, right!

Um poema para nossos tempos fudidos.


Sangue Escorrido


Eu sou a luz do mal,
A sombra que irradia na escuridão,
O país que te matou,
Os pais que te salvaram e você nem percebeu,
A agulha que espeta teu corpo e fura tua alma,
Eu sou a morte do medo e sua ressurreição,
Eu sou a força que levanta teu braço depois do soco,
Sou a memória de tudo que você nunca fez,
A alma que perambula nesse cemitério escasso,
Sou o general sentado com o cu na mão.

Sou o perdão que você implora todo dia de manhã
Com o sol brilhando em teu rosto molhado,
Seus olhos vermelhos e drogados,
Teu queixo caído no chão e o cobertor sujo de mágoas.

Eu sou o batalhão de merda que se ergue das cinzas da tua insônia,
Sou a força pujante e errante da tribo tupi que já está morta e enterrada,
Sou o vento que lambe tua desgraça estuprando tua janela,
A faca que queima teu pulso e irriga a terra,
Sou o desejo de vingança pela morte e dor,
Sou toda a dor que abre teu pulmão e coagula teu sangue,
Sou a raiva que você tem da vida,
Sou teu instinto fudido enterrado que te guia pelo dia.

Sou eu quem te faz abrir os olhos,
Que te faz temer o uniforme de madeira cercado por terra,
Sou todo o teu futuro manchado em escuridão,
Todo o teu amor fervido em banho-maria,
Toda tua luz guardada dentro do bolso rasgado da calça,
Sou a moeda - com uma cara só – que fica parada no ar,
Sou a sorte sarcástica do redentor,
O refúgio das bombas,
O pensamento da multidão coroada,
Sou o império romano que nem pensa que vai cair.

Louvemos a dor e todo esse cemitério,
Sem emoções ou vida,
A planta que já nasce cinza,
Abrigada pelas cinzas do corpo queimado.

Wednesday, January 24, 2007

Minha favorita do Sr. Halen!

Conheci pessoas fantásticas!!!!!!!!
Falta do que comentar...
ahUAHHAUhau
Mas realmente conheci!!!



Você Sou Eu

E quando deitar, sentirá
Meu corpo ao teu.
E quando gozar, sentirá
Minha voz ao teu ouvido.
E quando sorrir, sentirá
Meus dedos desenhando seu rosto.
E quando chorar, sentirá
Meus lábios nos seis da sua face.
E quando perder, sentirá
Minha mão ao se levantar.
E quando achar que nada mais pode errar, sentirá
Meu coração te resguardar.
E quando achar que não pode mais nada, sentirá
O gozo da vida ao meu lado.

E quando estiveres longe,
Sentirás a mim ao dormir.
E quando estiveres ao pé do infinito,
Sentirás a mim nos teus seios.
E quando estiveres com tudo perdido,
Sentirás a mim como única resposta.

E mais forte que tudo,
E mais imponente que tudo,
Eu estarei para te defender.

Porque você sou eu
E eu sou você.

Saturday, January 20, 2007

Mais pipoca!

Uma sessão dupla!
E um viva bem gritado pela minha medíocre falta de voz, fato que comprava minha fudência momentânea...
=


Eu Sou Você

E quando deitar, sentirá
Meu corpo ao teu.
E quando gozar, sentirá
Minha voz ao teu ouvido.
E quando sorrir, sentirá
Meus dedos desenhando seu rosto.
E quando chorar, sentirá
Meus lábios nos seis da sua face.
E quando perder, sentirá
Minha mão ao se levantar.
E quando achar que nada mais pode errar, sentirá
Meu coração te resguardar.
E quando achar que não pode mais nada, sentirá
O gozo da vida ao meu lado.

E quando estiveres longe,
Sentirás a mim ao dormir.
E quando estiveres ao pé do infinito,
Sentirás a mim nos teus seios.
E quando estiveres com tudo perdido,
Sentirás a mim como única resposta.

E mais forte que tudo,
E mais imponente que tudo,
Eu estarei para te defender.

Porque você sou eu
E eu sou você.

Caliente

Um mais quente, por assim dizer.
Mas é bonitinho, pelo menos, eu acho.



Amor...

Suas unhas me arranhando as costas,
Cuspindo amor e vontade.
Desejo que sinto em seu rosto,
Faz arder sua pele,
Queima por dentro.

A cama se amacia,
O travesseiro se dobra.

E eu te mordo, te ouço,
Te faço gozar, te faço sentir,
Te faço amor, te faço mulher.

Tuesday, January 16, 2007

Love of my life...

Para aquela garota que marca a tela do cinema... "Eu sou neguinha!"
=)


Menina de preto


Como eu amei essa menina.
Garota de olhos tão lindos,
Olhos castanhos que refletiam
Meu rosto mergulhado em pedidos e lágrimas.

Amei até me ajoelhar,
E tudo que eu disse,
E as linhas que eu escrevi.

De tudo fiz para ter um tanto dela.
Um tanto daquela garota que me conquistou
Sem nem saber o que fazia,
Que me conquistou quando eu mal
Sabia o que era o amor
E me mostrou toda essa dor que
Acompanha esse tal de amor.

E até hoje eu ainda a amo.
Amo todo seu jeito, sua cor, seus olhos,
Seu sorriso e seu amor.

E teu sorriso me faz feliz,
E tuas palavras me consolam,
E teu choro me dói,
E tua alma me toca.

Porque você me entende e me consola,
Me conforta e me mata.

Amo você de um novo jeito.
E de todos aqueles pedidos
Que fiz para você,
Pelo menos, um se realizou.
E, hoje, fico feliz de ser
Seu amigo, diferente o nosso amor.

Monday, January 08, 2007

My boat!!!!!!

Seu cheiro
Já está em todo lugar,
Em cada canto do meu quarto,
Por todo pedaço da casa.

Sua boca
Já marcou toda minha roupa,
Retocou todo o meu corpo,
Arrepiou cada pêlo.

Seus olhos
Já posso ver até no escuro,
Aparecem em cada sonho,
Comem todo o meu dia.

Sua pele
Já é inesquecível,
E parece veludo,
Está toda arranhada.

Você
Já não desaparece,
É toda a minha ambição e meu amor,É parte de mim.

Wednesday, January 03, 2007

In the sea... Capitão!!!! Piratas, piratas!!!!!

Ao som de Radiohead,
"Thinking About You"


Eu Sou Por Inteiro Você


Sim, eu chorei por você.
E é verdade, eu penso muito em você...

São suas as músicas que eu mais gosto de ouvir,
É seu o sorriso que eu mais gosto de ver,
É seu o olhar que eu quero cruzado com o meu,
É seu o amor que eu quero só para mim,
É seu tudo que for meu, todo o meu "eu".

E já não ligo de não ouvir o que eu quero,
Já não ligo de ser tão exagerado,
Já não ligo para mais nada.

E nem quero saber como vai ser amanhã,
Ou mesmo como vou estar me sentindo quando acabar,
Quando me olhar no espelho.

Não faz sentido sem você, sem poder te guiar por tudo
Que você não conhece, mas eu já não ligo.
É mentira, como eu ligo...
Tanto para aprendermos...

“Se eu não estou do seu lado como você consegue dormir?
Estive pensando em você, então, como você consegue dormir?”.

Quase sem sentido, sem razão...
Não tenho razão, sentido ou explicação.
Não me importo mais, eu quero ser feliz e te querer,
Não sei se você um dia você vai, isso tudo que eu sinto, entender...

Yoaps!!!!

Schreables!!
=P

Ah... Quanto ao poema, se você conseguir entender vai me deixar bem feliz.
=P


Caleidoscópico Ser 2

1
Tudo você aprende com o passado.

Ah, como é bom, eu já descobri.
Vou lutar, vou estar, vou chegar.
Vou a qualquer lugar, a todo lugar.
Só para achar um dia onde é o meu lugar

Não tente me perder,
Estou de volta, e
O que você é capaz de fazer?

Hoje eu descobri que posso,
Não importa até onde,
Eu sei que posso,
Sei que sou forte.
Junto com preces, com vozes.

2
Pragas, pestes, males, doenças,
Cafés, pratos, casas,
Crianças, irmãos, filhos, pais,
Trovões, raios, sangue, dor,
Campos, palácios, casebres.

Seja forte, seja fraco,
Eu vou estar...

Você a quem eu já amei, como tem coragem?
Como pôde fazer tanta dor?
Deixe-os ir, não tente resistir...
E com mortes, você vai doer,
E vai sofrer
Até não poder mais...

Você quem já me fez rir e ser feliz, como pôde?
Eu queria que tivesse sido outro...
Toda dor e destruição que eu vejo,
Tudo que já foi meu...

3
Forte e rápido, vamos, nossa missão é grande!
E o tempo, curto demais.
Vamos, vamos correr, não quero te largar.
De um lado a outro do mundo eu tenho que estar

Vamos não há tempo para parar,
Tantos muros para derrubar e você tem que estar junto.
Eu quero acreditar nesse sonho,
Nessa bobagem de infância.
E se não a infância, qual a fase que vale a pena?

Vamos, eu te levanto quando você cair.
Sem mais lagrimas,
Não vou mais chorar, agora aprendi.
Já sei o que aprendi.
E te quero bem aqui do meu lado, sem fim...

A vida é para ser vivida e nada mais,
E, dessa vez, eu sei que sou capaz!