Friday, June 12, 2009

...

O Cão


O cão, tão bobo, se distrai
Com pequenas coisas
E pede somente atenção.
Se o atencioso soubesse do perigo
De se ter um fã tão voraz
Como o cachorro,
Talvez negasse o carinho corriqueiro.

O cão, tão bobo, se leva
Pela mão que o acaricia
Sem planejar a Sorte por vir.
Se entrega ao prazer fugaz
De um cheiro bom e
Se o agradam com o diferente,
Como comida de verdade,
O cachorro pula e late de felicidade.

O cão, tão bobo, não tem a malícia
Do gato!
Mal chega um atencioso novo
E ele dispõe sua barriga.
Afagos e mais afagos.
O cachorro foi logo comprado.

Mas, no fundo,
O cão sabe que aquilo é só um flerte.
Sabe que a visita se vai.
E retorna ao amor pelo seu dono.

O cão, tão bobo, se interessa
Pelo dono até quando ele o despreza.
Busca carinho, atenção.
E fica ao lado esperando ser notado de novo.

O cão, tão bobo,
Corre atrás do próprio rabo.
Mas o que pode ele fazer
Se o rabo faz parte dele?

4 comments:

Barbara said...

Ainda dá tempo de cumprir a promessa? :D
Poema legal, acho que somos todos cães um dia.
(Será que vou ter vergonha desse comentário futuramente?)
Beijo!

Fernando said...

Me sinto parte desse poema! haha

Daniel T. said...

Adoro cachorros e odeio gatos.

Anonymous said...

A medicina atrofiou os seus neurônios, admita... É o que acontece com todos nós. Não abandone o teatro, por mais que a faculdade fique foda.

Beijo,

Manoela (uma daquelas do seu poema)