O Cão
O cão, tão bobo, se distrai
Com pequenas coisas
E pede somente atenção.
Se o atencioso soubesse do perigo
De se ter um fã tão voraz
Como o cachorro,
Talvez negasse o carinho corriqueiro.
O cão, tão bobo, se leva
Pela mão que o acaricia
Sem planejar a Sorte por vir.
Se entrega ao prazer fugaz
De um cheiro bom e
Se o agradam com o diferente,
Como comida de verdade,
O cachorro pula e late de felicidade.
O cão, tão bobo, não tem a malícia
Do gato!
Mal chega um atencioso novo
E ele dispõe sua barriga.
Afagos e mais afagos.
O cachorro foi logo comprado.
Mas, no fundo,
O cão sabe que aquilo é só um flerte.
Sabe que a visita se vai.
E retorna ao amor pelo seu dono.
O cão, tão bobo, se interessa
Pelo dono até quando ele o despreza.
Busca carinho, atenção.
E fica ao lado esperando ser notado de novo.
O cão, tão bobo,
Corre atrás do próprio rabo.
Mas o que pode ele fazer
Se o rabo faz parte dele?
4 comments:
Ainda dá tempo de cumprir a promessa? :D
Poema legal, acho que somos todos cães um dia.
(Será que vou ter vergonha desse comentário futuramente?)
Beijo!
Me sinto parte desse poema! haha
Adoro cachorros e odeio gatos.
A medicina atrofiou os seus neurônios, admita... É o que acontece com todos nós. Não abandone o teatro, por mais que a faculdade fique foda.
Beijo,
Manoela (uma daquelas do seu poema)
Post a Comment